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Investimento direto e a retomada do crescimento brasileiro

em Artigos
quinta-feira, 14 de julho de 2016

Leila Pellegrino (*)

De acordo com o Relatório de Investimento Mundial 2016 da Agência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad), o Brasil perdeu quatro posições no ranking dos principais destinos de Investimento Estrangeiro

Direto no último ano, a despeito do crescimento de 38% do fluxo global de investimento direto. Sobre esse resultado, há, pelo menos, duas perspectivas a serem consideradas:

Em primeiro lugar, é importante observarmos que o resultado reflete o fraco desempenho dos investimentos diretos na região em 2015, como evidenciado no documento do Investimento Direto Estrangeiro na América Latina e Caribe da CEPAL (Comissão Econômica para América Latina e Caribe).

Esse desempenho ruim dos investimentos diretos na região é atribuído à redução dos investimentos mundiais em recursos minerais e hidrocarbonetos e à desaceleração do crescimento econômico, em especial do Brasil. Também pesou no desempenho latino-americano a desvalorização das moedas da região, tornando mais baratos os ativos na região.

Em segundo lugar, num olhar mais detido sobre a economia brasileira, temos este resultado que reflete o conturbado cenário macroeconômico dos últimos anos. A recessão e a queda nos lucros das empresas contribuíram diretamente sobre queda nos ganhos reinvestidos no país. Apesar do desempenho ruim, o Brasil continua entre os 10 países que mais atraem investimento estrangeiro.

A expectativa para os resultados de 2016 não são boas. A Unctad prevê uma queda de 10% nos investimentos diretos da América Latina. A instabilidade política brasileira e o agravamento da recessão contribuem para o adiamento das decisões de investimentos estrangeiros no país. É desnecessário lembrar o protagonismo e a essencialidade desses fluxos de capital para a economia brasileira.

O restabelecimento do investimento produtivo no país é condição essencial e urgente para o crescimento em bases sólidas e deveria ser, hoje e sempre, prioridade nacional.

(*) – É professora de economia e alianças estratégicas da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas ([email protected]).