Conrado Leister (*)
“Todos os aspectos das nossas vidas serão transformados, e isso pode ser o maior evento na história da nossa civilização”.
Essa frase foi dita pelo brilhante físico e cientista Stephen Hawking. Ele se referia à Inteligência Artificial (IA) – um termo que está na moda, mas que já existe há cerca de duas décadas. Entretanto, essa tecnologia está evoluindo, se tornando cada vez mais concreta e se expandindo para diferentes áreas de negócio.
Estamos vivendo a 4ª Revolução Industrial. A previsão de especialistas é de que sistemas cognitivos e IA vão movimentar US$ 47 bilhões em 2020, principalmente em virtude do setor bancário. As empresas estão obtendo benefícios como redução de custo operacional, melhoria na eficiência, automatização de processos, otimização de preços, entre outros.
Desde o início do século 21, o fundador e CEO do SAS, Jim Goodnight, já utiliza a Inteligência Artificial em tecnologias como análise preditiva, inteligência do consumidor e soluções antifraude, pois todas elas já tinham esse componente embutido no código fonte. Mas isso ficava escondido na ‘casa de máquina’. Agora, os consumidores finais já conseguem ter em suas casas produtos com IA, como quando fazem uma busca no Google ou usam o robô que aspira a casa inteira sozinho.
Se há algumas décadas as pessoas só imaginavam máquinas capazes de aprender com os seres humanos, hoje isso é uma realidade, principalmente, com os assistentes virtuais. E como previsto no livro Eu Robô, escrito em 1950 por Isaac Asimov, os robôs já começaram a substituir os humanos em diversas funções, já que eles, ou as máquinas, conseguem guardar, cruzar e analisar dados em uma velocidade infinitamente maior do que a dos humanos.
Um exemplo recente ligado ao poder da Inteligência Artificial aconteceu no início de 2016, quando um computador venceu um campeão humano de Go, considerado o jogo de tabuleiro mais complexo do mundo. Já na ficção científica há diversos, como uma série chamada Almost Human. Ela retrata a civilização em 2048, vivendo com tecnologias avançadas, mas com altos índices de criminalidade. Diante disso, os policiais humanos tinham como parceiros os policiais robôs, que detectavam potenciais riscos antes de todos, faziam reconhecimento facial, eram mais fortes, entre outras características.
Atualmente essa tecnologia que ‘aprende’ já está ajudando também alguns departamentos de polícia pelo mundo na identificação de crimes. É o caso do estado da Carolina do Norte (EUA), que utiliza o SAS Visual Investigator para descobrir pistas e comportamentos suspeitos que podem representar perigo para crianças. Isso acontece por meio da integração de dados da justiça criminal e de banco de dados da saúde pública.
A verdade é que as máquinas, apesar de muito úteis, são lineares e nós não. Os sentimentos, que atualmente apenas os seres humanos possuem, são o nosso grande diferencial e fundamental para os negócios – algo que ainda precisa ser desenvolvido na Inteligência Artificial. É improvável que, um dia, as máquinas substituam o homem; a função delas será de nos ajudar na ampliação da nossa capacidade cognitiva para que o progresso em diversas áreas aconteça.
(*) – É presidente do SAS América Latina e Caribe (www.sas.com/br).