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Inovação e adaptabilidade mudam a rota das empresas na pandemia

em Artigos
sexta-feira, 07 de agosto de 2020

Catharina Gaissler (*)

Saber se adaptar e inovar são características que algumas empresas buscam desenvolver em todos os momentos.

Durante os períodos mais agudos da pandemia elas se tornaram fundamentais para determinar o sucesso ou o fracasso de muitas organizações. Mesmo parecendo apenas pequenos reajustes, algumas iniciativas vêm se transformando no verdadeiro motivo de algumas empresas estarem conseguindo passar ilesas, ou no mínimo, menos impactadas do que realmente seriam se estivessem “paradas”.

O mercado de eventos é um exemplo clássico de setor altamente impactado pela crise. O que até então caminhava bem, de uma hora para outra, explodiu. Todos os eventos foram cancelados e sem perspectiva de retorno. Muitas empresas fecharam, desistiram. Outras, por sua vez, se adaptaram. Uma agência de eventos e live marketing, serve como um exemplo de sucesso.

Antes dos efeitos do vírus ela tinha quase toda sua receita como resultado de grandiosas convenções e eventos presenciais. Mas com a impossibilidade de organizar reuniões neste formato ela criou, em parceria com outras duas empresas, uma solução para continuar oferecendo a melhor experiência para seus clientes através de eventos 100% digitais, onde o céu é o limite.

Cenários virtuais com direito a palestras, palco e até uma plenária fictícia podem ser vivenciados, mesmo à distância. Como consequência, a empresa envolvida conseguiu, em pouco tempo, reverter uma situação que antes parecia impossível. Outro exemplo de um setor impactado pela paralização, é o segmento de academias. Muitas fecharam as portas e não suportaram a forte crise batendo na porta.

Outras por sua vez, tentaram se adaptar. Uma em específico, através de um “tiro no escuro”, tomou uma iniciativa sem muito planejamento. Resolveu pegar os equipamentos que estavam sem uso e enviar para a casa de alguns dos seus clientes, para que eles pudessem continuar fazendo seus exercícios. Um pequeno ato que gerou total empatia dos seus clientes, que se tornaram ainda mais fiéis e mantiveram o negócio rodando.

A alternativa de inovar e se adaptar também foi usada por grandes corporações, muitas vezes, taxadas como “engessadas”. A construtora MRV, por exemplo, além de criar a campanha #FiqueEmCasa, preparou seus canais digitais para facilitar toda a jornada de compra de apartamentos.

Através da digitalização de todos os processos, que vão desde a busca, escolha do apartamento, documentação e até acompanhamento das obras, a companhia divulgou um aumento de quase 30% em suas vendas comparado ao primeiro trimestre do ano passado.

Os bares e restaurantes, certamente um dos setores mais afetados pela crise, reportando uma queda de 80% no faturamento também apresentou cases de inovação e adaptabilidade. Um deles foi protagonizado pela Stella Artois, juntamente com a Nestlé e a Nespresso. Elas criaram o movimento “Apoie um Restaurante”, e colocaram no ar uma plataforma para doação de dinheiro aos estabelecimentos.

As doações acontecem através da compra de um voucher com 50% de desconto, que poderá ser utilizado pelo cliente quando o local for reaberto. Os outros 50% são subsidiados pelas companhias – Stella Artois, Nestlé e Nespresso. Assim, o estabelecimento arrecada mesmo de portas fechadas. Em pouco tempo, foram disponibilizados mais de 100 mil vouchers, que irão beneficiar restaurantes, bares, cafeterias e confeitarias.

A Nike foi outra empresa que se adaptou. Ao focar no e-commerce, a companhia reforçou o ecossistema de aplicativos digitais para aumentar o número de cadastros e engajamento dos clientes. A estratégia de fortalecimento digital gerou um aumento de quase 40% nas vendas online e conseguiu atingir um crescimento semanal de 80% em usuários ativos nos aplicativos, superando em muito as expectativas iniciais.

Casos como estes e muitos outros servem como verdadeiras mensagens sobre como enfrentar as adversidades: inove, mude, seja persistente. Às vezes, uma pequena iniciativa é o suficiente para fazer uma grande diferença.

(*) – É consultora Sênior de Estratégia e Inovação da Play Studio consultoria de inovação e venture builder.