Mateus Piveta (*)
A pandemia foi um catalisador para antecipar um novo ciclo de inovação na história da humanidade.
Sob o ponto de vista histórico, foram vários ciclos de inovação vividos desde a primeira revolução industrial até hoje. É possível perceber que novas ondas foram surgindo, cada vez mais rápidas. Cada uma provoca uma renovação, tanto da visão de mundo como de valores sociais.
Diante disso, é possível afirmar que uma inovação surge para preencher algumas lacunas, em razão da mudança de visão de mundo de cada um de nós. Exemplo disso, são as relações de trabalho, que se modificaram por causa da crise sanitária. Isso provou, o que muitos já defendiam, que é viável a forma remota de realizar grande parte das atividades profissionais.
Quem estava mais distante das conversas em torno desse assunto, pode ter sentido que foi uma mudança radical, inesperada. Mas outros, que já acompanham esse movimento, apenas observaram uma antecipação forçada do que deveria acontecer nos próximos anos. Por isso, se observarmos bem as evidências que temos no presente, podemos compreender melhor os possíveis cenários futuros.
Uma nova visão de mundo é trazida por essa geração de profissionais que não se identifica com a proteção das leis trabalhistas. Uma geração que opta pela liberdade e pelos desafios, e não mais pela estabilidade e segurança. Temas como sistema de remuneração, modelo de gestão distribuída, educação e capacitação devem ser revistos.
A verdade é que, podemos até não saber exatamente o que será o grande vetor da mudança, capaz de criar um novo ciclo de inovação, mas como Belchior alerta em sua música “uma nova mudança em breve vai acontecer, e o que há algum tempo era jovem novo, hoje é antigo, e precisamos todos rejuvenescer”. Estamos sempre nos perguntando se o mundo evoluiu rápido demais ou ainda estamos apegados às nossas velhas crenças e visão de mundo de tempos passados?
E o futuro? – Sendo um empreendedor com uma bela ideia, ainda embrionária, ou um negócio bastante maduro, o futuro sempre será uma aposta. Devemos compreender que teremos que seguir jogando com as poucas cartas que temos em mãos. Fazendo apostas, contando com a sorte e ampliando nossas referências para saber interpretar quaisquer que sejam as evidências que nos apresentam oportunidades ou nos alertam para riscos e ameaças.
“Parece necessário que haja uma combinação única de tecnologia, talento, negócios, marketing e sorte para produzir mudanças significativas em nossa indústria”, disse Steve Jobs em uma entrevista para comprovar que sim, levamos um pouco de hoje para o futuro, mas devemos parar de tentar repetir o passado, ou apenas nos adaptarmos ao presente, para de fato construirmos o amanhã.
(*) – É sócio e diretor de Novos Negócios na Surya e consultor na ABO Academy.