Roberto Vilela (*)
Inovação é uma palavra que se tornou bastante popular no mundo corporativo, principalmente com o ganho de espaço da tecnologia e das mídias sociais. É importante dizer, antes de mais nada, que as movimentações para implementar o novo, principalmente quando se trata da otimização de processos, são muito válidas.
No entanto, é preciso se atentar para não correr o risco de “inovar a qualquer custo” e não obter nenhum resultado com isso, ou pior: colher prejuízos. Nem toda inovação cabe a toda empresa e nem sempre ela está ligada diretamente à tecnologia, mas pode ser na forma como realizar um processo, uma melhoria na produção ou qualquer que seja o ajuste na operação.
Por isso, antes de implementar algo novo, mudar a forma de prestar um atendimento ou modificar completamente um produto ou uma marca, é preciso olhar mais para si e para o público atendido, do que para o que a concorrência está fazendo – o que não quer dizer que pode deixar de observá-la. A inovação precisa ser também compatível com os valores e a cultura da empresa, sob o risco de perder a identidade.
Movimentos nessa direção merecem atenção e cuidado, principalmente quando a empresa, marca ou produto já está em um estágio maduro, consolidado e com um market share relevante. Se o desempenho atual é satisfatório, não tem planos de expansão, o mercado é estável e se os custos e os riscos forem muito altos, pode não ser a hora de aplicar algo totalmente novo.
Mas, então, quando inovar? Bom, a inovação é assertiva sempre que ela faz sentido. A decisão de investir em qualquer mudança mais brusca deve ser tomada com cautela, considerando os objetivos estratégicos da empresa, seu público-alvo, os recursos disponíveis, o ambiente competitivo em que atua, seus benefícios e riscos.
Inovar é muito importante e aumenta a competitividade de muitas empresas em mercados disputados no detalhe. Processos e negócios menos maduros estão muito mais disponíveis à inovações, porque ainda estão encontrando o seu caminho. Nesses casos, ela pode gerar aceleração no crescimento.
Faz sentido para o seu restaurante trocar o cardápio convencional pelo digital, só para acompanhar os modismos? Esse é o tipo de questionamento que pode ser feito, adaptando para outras realidades. Por vezes, o que a empresa está precisando não é exatamente de “inovação”, mas simplesmente otimizar, aperfeiçoar ou adaptar o que já existe.
Se parecer complexo diferenciar os dois casos e de encontrar a melhor maneira de não ficar para trás, sem “meter os pés pelas mãos”, é aconselhável procurar ajuda profissional, de alguém que possa olhar de uma forma pragmática e ajudar a entender o que é melhor para o momento.
(*) – É consultor empresarial e estrategista de negócios (www.orobertovilela.com.br).