Rogério Marinho (*)
O governo deposto impôs severa mordaça ideológica no ensino brasileiro e transformou a educação em objeto de disputa por hegemonia e domínio.
Impondo uma filosofia de ensino, de inspiração gramsciana, tem prejudicado nossos estudantes e impedido o debate pleno e plural em nossas escolas e universidades. Em 13 anos de governo, nossa constituição foi ignorada, especialmente em seu artigo 206, inciso III, que determina: “pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas”.
No caderno de teses para o quinto congresso do PT, facções assumem o objetivo de instrumentalizar o ensino e tomar estudantes como massa de manobra.
Veja uma dentre inúmeras declarações pedindo mais hegemonia e controle ideológico: “o PT precisa retomar o conceito de disputa de hegemonia, combinando a ação institucional, articulado com as lutas dos movimentos sociais e com base numa forte organização interna, com vistas reencantar a juventude e a sociedade como um todo”. A presença de ideologias e de normas estatais com viés ideológico no ensino público é clara afronta à Carta Magna e ao Pacto de San Jose da Costa Rica, Convenção Interamericana de Direitos Humanos, que prevê, em seu artigo 12, o direito à liberdade de consciência dos estudantes e prenuncia que filhos e pupilos recebam educação religiosa e moral de acordo com as convicções de seus pais e tutores.
O ensino transformado em aparelho ideológico do partido deve ser veementemente repudiado, dado que a educação é um projeto de Nação e não de um partido político ou de um governo de ocasião. Nada é mais importante na agenda educacional brasileira do que livrar o ensino da mordaça ideológica imposta. Pensamento único na educação é próprio de regimes totalitários. A doutrinação, hoje identificada com precisão por estudos e denúncias de estudantes, pais e professores por todo Brasil, impede, por exemplo, que nosso país forme professores alfabetizadores que tenham acesso a outras metodologias que não sejam as oficiais impostas, como o globalismo ou construtivismo.
O resultado de tal imposição é de que o próprio MEC mostra que no 3º ano do ensino fundamental sequer conseguimos alfabetizar as crianças adequadamente. A hegemonia de pensamento, que foi conduzida pelos depostos, impede a apresentação e o acesso do estudante a outras correntes do pensamento e fatalmente contribui para destruir o espírito livre e a inteligência das pessoas. Afinal, doutrinadores não são professores, são aqueles que abusam da liberdade de cátedra e fazem da sala de aula palanque político.
Geralmente, utilizam-se de argumentos falhos, dados inventados e omissões propositais com objetivo de seduzir crianças e jovens para compor movimentos de apoio a ideologias, doutrinas e interesses políticos partidário. Neste tipo de ambiente pedagógico corrompido não haverá aprendizagem. Não é por acaso que o Brasil figura entre os últimos em desempenho no ranking do PISA de 2012, organizado pela OCDE: 55º lugar em línguas entre 65 países; em matemática 58º posição e 59ª em ciências. O fracasso do modelo perverso dos que pretendem a hegemonia na cultura e educação e a utilizam apenas como instrumento político para arregimentar seguidores é evidente.
O que foi feito no País é um pacto da mediocridade que precisa ser rompido. A oportunidade da discussão da base nacional comum curricular pode ser a inflexão para um novo momento na educação brasileira, pois para haver verdadeiro aprendizado o ensino precisa ser aberto, plural, não ideológico, executado com base em evidências científicas e universais do conhecimento humano.
Precisamos barrar a invasão ideológica e política no ensino nacional: vamos à luta.
(*) – É deputado federal pelo PSDB-RN.