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Controladoria: por onde começar?

em Artigos
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Umberto Tedeschi (*)

O retrato do Brasil é um cenário triste quando o assunto é mortalidade dos negócios.

Segundo dados do IBGE, 22,8% das empresas não sobrevivem ao primeiro ano de funcionamento e 52,5% fecham antes de completar cinco anos. A questão é que o encerramento dessas empresas envolve inúmeros fatores. Para o Sebrae, eles estão principalmente ligados diretamente à falta de planejamento, má gestão financeira e desconhecimento generalizado do setor de atuação.

Se você já entendeu a importância de adotar a controladoria na sua empresa mas não sabe por onde começar, saiba que em primeiro lugar é necessário estruturar um setor de controladoria, empregando pessoas especializadas em gestão administrativa e financeira. Outra opção, que pode se revelar mais vantajosa, é contratar profissionais terceirizados de uma consultoria especializada.

Eles terão muito mais vivência em casos como o seu, tendo uma rede de apoio que se revelará muito útil quando necessário. Além das partes mais importantes, uma opinião isenta e conhecimento de mercado para propor novas ideias. E como será o trabalho na prática? Em primeiro lugar será realizado um raio-x da organização, com a verificação de todos os elementos mais importantes:

• Compreensão da estrutura da empresa, tanto organizacional como hierárquica: quais as principais áreas, quem são os profissionais que trabalham em cada uma delas.
• Identificação dos processos de cada setor: mapear o funcionamento de departamentos como Administração, Vendas, RH, Finanças e Produção.
• Avaliação dos produtos e serviços oferecidos: verificar se eles estão adequados ao mercado, qual a sua rentabilidade e importância dentro da empresa.
• Análise das tecnologias utilizadas: com a transformação digital, é mandatório adotar as melhores tecnologias financeiras, de comunicação e administrativas. Elas são determinantes para um melhor controle e gestão das atividades.

Após esse estudo, é realizado um diagnóstico que sugere quais as melhores decisões a serem tomadas: revisão de pessoas e tecnologias, adequação de processos, reposicionamento da oferta de produtos e serviços, por exemplo. Outra atividade essencial é a reestruturação das atividades contábeis e financeiras. Geralmente é necessária a troca dos sistemas utilizados, migrando para uma plataforma que provenha uma visão gerencial, automatize funções manuais e melhore a apuração de impostos.

Uma ferramenta importante para atingir os objetivos propostos na implantação da controladoria é o Balanced Scorecard (BSC). O nome vem da ideia de observar medidas estratégicas, além das medidas financeiras tradicionais, para obter uma visão mais equilibrada do desempenho da empresa. Um estudo global da Bain & Co listou o BSC em quinto lugar entre as dez ferramentas de gerenciamento mais utilizadas em todo o mundo.

O Balanced Scorecard também foi selecionado pela Harvard como uma das ideias de negócios mais influentes dos últimos 75 anos. Dividida em quatro perspectivas: Financeira, Clientes, Processos Internos e Aprendizado e Crescimento, na controladoria elas permitem alinhar estratégias. Auxiliam na tomada de decisão, acompanhando as metas e o seu cumprimento. O que, no final do dia, é fundamental para alcançar objetivos de curto a longo prazo.

Um outro aliado importante é a realização de uma Gestão Estratégica de Custos. Essa ferramenta é capaz não só de mostrar todos custos dentro da empresa, mas também analisar os ciclos operacionais nos mais diversos setores. Quais atividades agregam valor ao produto ou serviço prestados? A partir dessa análise, a redução de custos na empresa como um todo tem mais assertividade.

Além de tornar a organização mais competitiva, por meio da valorização das atividades mais importantes, a ferramenta traz feedbacks econômicos. Implementar a controladoria é sinônimo de inteligência e facilita a correção do rumo ao sugerir novas estratégias. Está nas suas mãos conduzir a organização para o futuro!

(*) – É CEO da Abile Consulting Group, embaixador da Leader X e chairman of the board da Agência Brasileira de Inovação e Desenvolvimento Sustentável (Abids).