Bernardo Caldeira (*)
A transformação digital é um dos temas em discussão pelas empresas em função da necessidade de adaptação acelerada observada no ambiente de negócios.
A tecnologia é protagonista dessa mudança como uma ferramenta, e não como um fim ou objetivo a ser atingido. E nesse contexto os dados são o insumo a ser processado por essas ferramentas. É nessa leitura abrangente de contexto que muitas organizações falham ao estruturar suas jornadas de transformação.
Segundo o estudo “Data Mastery: Como as organizações movidas a dados superam seus concorrentes”, desenvolvido pelo Capgemini Research Institute que mapeia as características de empresas consideradas “mestres” na tomada de decisão baseada em dados. Essa inteligência vinda dos dados são um elemento decisivo para que as corporações atinjam melhores resultados.
O trabalho apontou que as empresas obtêm uma lucratividade 22% maior que a concorrência, além de receita 70% superior por empregado. u seja, investir em dados é um elemento essencial de um programa sólido de transformação digital. Porém, ainda de acordo com a pesquisa, apenas 16% das empresas ouvidas podem ser consideradas efetivamente organizações “mestres em dados”.
Portanto, a dúvida permanece sobre como iniciar e estruturar um plano efetivo de Transformação Digital levando em consideração um orçamento controlado e recursos limitados. Listamos alguns pilares essenciais para orientar uma estratégia bem sucedida a seguir:
Primeiro é necessário desenvolver e estimular uma Cultura Data Driven, orientada a dados, que leva em consideração seu uso para a tomada de decisões de forma prática e que seja voltada para o empoderamento das áreas de negócio com acesso às informações e o processamento ocorra pela utilização de Inteligência Artificial.
Em seguida, indicamos adotar um mindset ágil, que preconiza o empirismo e a inovação embasadas em frameworks como Scrum, CRISP-DM, Design Thinking e o Lean Start-up. Nesta mentalidade, priorizamos testar hipóteses, ter liberdade para questionar o status quo da organização, seus modelos de negócio atuais, trabalhar com a adoção de benefícios em curto prazo e de forma incremental.
Também apontamos a importância em ter uma visão clara da estratégia corporativa, onde se privilegie uma comunicação de maneira capilarizada para todas as esferas de negócio e que permitam à empresa trabalhar de forma dedicada para obter resultados e ambições comuns. O próximo passo e estar preparado para investir em tecnologias emergentes com automação inteligente, além de modernização de landscape e melhor utilização do capital humano por meio de capacitação da força de trabalho para operar novas tecnologias.
Quanto mais adaptável e resiliente forem as organizações, maior será a chance das mudanças propostas por todo o processo de Transformação Digital prosperarem.
E encerrando os pilares essenciais, destacamos aquele que talvez seja o mais importante: ter foco no cliente, independentemente do modelo de negócio. A transformação não é um fim, mas um meio.
A finalidade em estar em constante evolução deve ser acompanhar novas necessidades dos consumidores, que têm surgido ou se modificado de maneira cada vez mais acelerada. O que devemos fazer é utilizar toda essa tecnologia, essa inteligência advinda de dados para orientar as organizações a tornar processos, produtos e serviços acessíveis e convenientes para os seus consumidores e suas necessidades, as métricas de sucesso naturalmente respondem de forma orgânica.
Claro, que estes são os movimentos básicos para começar a engatinhar rumo à Transformação Digital e a uma gestão eficiente de dados. O importante é entender que este é um caminho sem volta e quem estiver preparado primeiro, estará à frente na preferência do cliente.
(*) – É Business Analytics Executive da Capgemini.