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Como estimular a “boa” política e evitar que a politicagem domine

em Artigos
segunda-feira, 29 de março de 2021

Niviani Rudek (*)

As empresas buscam ser bem-sucedidas em suas atividades e projetos e, para isso, buscam recursos humanos, financeiros e a estrutura necessária para realizá-los.

Mas para o bom andamento da resolução de problemas em uma empresa, há outras dificuldades, especialmente em relação à convivência e ao comportamento entre os profissionais. Seja para a aceitação de uma determinada ideia, projeto ou até mesmo para a adoção de medidas efetivas para o futuro de uma empresa, a política está presente. Afinal, faz parte da política a boa capacidade técnica, poder de convencimento e persuasão e boa capacidade de negociação, articulação e diálogo.

Mas é preciso tomar cuidado para que isso não se transforme em politicagem, que nada mais é do que utilizar do famoso “jeitinho” para que uma determinada ideia ou projeto se sobressaia e para que atenda a um determinado projeto individual ou de um grupo específico.

Ela também diz respeito ao abuso de uma determinada “autoridade” sobre outra na mesma empresa ou à utilização de práticas antiéticas. Para que isso a empresa possa superar isso, os líderes precisam estar atentos às suas equipes, competências e personalidades e mostrar os benefícios e contribuições para que as ações voltadas para o bem comum podem trazer.

A partir disso, quatro pontos são importantes para que a “boa política” ganhe espaço na empresa.

  1. – O primeiro é a coerência entre o discurso e a realidade. As novas gerações buscam transparência e exigem que a teoria esteja aplicada à prática em relação às atividades do dia a dia, aos princípios e à missão da empresa. Os colaboradores cobram por isso e precisam estar alinhados ao que a empresa pensa e à forma como age.
  2. – No segundo ponto é importante que os colaboradores deixem o ego de lado e busquem o melhor para a empresa. Por mais que uma determinada pessoa esteja em um nível hierárquico maior ou tenha mais experiência não vai estar necessariamente certa o tempo inteiro. É importante não se preocupar em ganhar sempre (uma discussão ou uma ideia), mas ter empatia e reconhecer a capacidade da equipe.
  3. – Em terceiro, é essencial a capacidade de ouvir. Ao ouvir novas ideias e compreender novas visões de mundo de maneira sincera e agregadora, um líder aumenta significativamente a chance de influenciar e ser influenciado. Todos sempre têm algo a acrescentar e, dessa maneira, toda a empresa evolui.
  4. – Por último, é importante lembrar que não se deve confundir as diferenças de ideias profissionais com a questão pessoal. Uma discordância em uma questão profissional, especialmente, com um líder, deve ser vista como uma divergência apenas naquele determinado ambiente e não como uma ofensa. Separar os dois ambientes proporciona a diversidade de ideias e crescimento profissional das equipes.

A existência desses atritos pode ser identificada com certa facilidade mas a resolução desses problemas pode ser mais difícil. Os métodos da Gestão de Mudanças podem trabalhar isso de maneira eficiente, buscando identificar problemas e superar conflitos através de técnicas de comunicação e gestão de pessoas.

Dessa maneira, o objetivo é que os colaboradores e líderes se tornem mais engajados, com foco na superação de limitações e oferecendo elementos para que as diferentes capacidades técnicas das equipes possam se complementar e que a política esteja presente nas ações da empresa, mas que seja aquela que possa causar uma influência com ética e de forma legítima, com valores e propósitos que beneficiarão a todos.

Quando colaboradores e líderes trabalham em conjunto e são valorizados e devidamente ouvidos, o resultado será um melhor desempenho e o crescimento comum da empresa (e, consequentemente, crescimento profissional de todos os envolvidos).

(*) – É diretora de operações da Gateware (https://gateware.gupy.io/).