Celso Vergeiro (*)
É do interior brasileiro que vem a principal força para ajudar o país a sair dessa profunda crise econômica que nos assola nos últimos dois anos.
São nessas regiões que os principais setores econômicos estão localizados, como por exemplo, a pecuária e o agronegócio, dois pilares de sustentação da nossa frágil economia, além do setor energético, que também tem grande contribuição vinda do interior. Isso fez com que nos últimos anos acontecesse o processo inverso ao que ocorreu na segunda metade do século passado, quando houve uma migração da população interiorana para as capitas.
A cidade de São Paulo é um exemplo disso, são mais de 11 milhões de habitantes e, em sua grande maioria, vindos de outros locais. Com toda essa instabilidade política e econômica, notamos um movimento onde as pessoas estão voltando para o interior em busca de novas oportunidades de emprego. Por isso, os esforços das agências de publicidade devem estar voltados para atender essa demanda, que a cada ano cresce e impulsiona nossa economia.
Porém, sabemos que isso não é uma tarefa fácil, já que o Brasil é um país de proporções continentais enormes. Levar conteúdo publicitário de qualidade e que ainda atenda as particularidades de cada região é algo que envolve diversos fatores, desde a logística até o gerenciamento de todo esse material. Isso faz com que nossos esforços sejam voltados para esse novo mercado, que a cada ano ganha mais espaço.
As principais emissoras de televisão do país já se atentaram no poder do interior e das tecnologias, e passaram a adotar ferramentas para otimizar cada vez mais o processo de envio e recebimento de comerciais. No mercado, por exemplo, existem plataformas capazes de auxiliar a entrega do material publicitário de forma simples, rápida, segura e, principalmente, com baixíssimo custo operacional, diferentemente como era feito antigamente, por meio de fitas betas.
Também acho importante ressaltar que esse tipo de entrega por streaming vem de encontro com o avanço do sinal digital, que já cobre quase todo território nacional. O plano do Governo Federal é desligar totalmente o sinal analógico no Brasil em 2018. Creio que, finalmente, o mercado publicitário olhará para o interior do Brasil da forma correta, valorizando grandes regiões que durante anos foram esquecidas pelo nosso mercado.
Hoje, é nossa obrigação atender essa nova demanda da melhor forma possível, garantir a qualidade do conteúdo que é entregue e oferecer soluções que auxiliem as marcas e agências a gerenciar esse material. Dessa forma, todos conseguem traçar metas que impactem esse público consumidor, cada vez mais qualificado, seletivo e com particularidades que devem ser respeitadas.
(*) – É CEO da AdStream, maior plataforma de armazenamento e distribuição de conteúdo publicitário do mundo.