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Open Finance: um novo capítulo e desafios para as empresas

em Artigos
quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Bruno Chan (*)

Mais de um ano após o início de sua implementação, o Open Finance está na quarta fase.

A cada nova etapa, mais dados são acessados e novos serviços financeiros irão surgir. Além de crédito e pagamento, em breve, os consumidores poderão aproveitar o compartilhamento de suas informações financeiras para receber ofertas melhores de produtos de investimento, câmbio, seguros e previdência, por exemplo.

Estamos apenas no começo de uma grande transformação financeira advinda do compartilhamento dos dados e alguns obstáculos ainda precisam ser superados. Nas etapas anteriores, a preocupação das empresas era atender à agenda regulatória. Agora, o grande desafio é compreender como utilizar os dados de forma estratégica e colocar em prática os primeiros casos de uso.

Apesar dos avanços e aprendizagens até aqui, o mercado ainda se vê às voltas com entraves e pontos a serem aprimorados. Questões como segurança e privacidade da informação, desenvolvimento de novos produtos, padronização e higienização de dados, até a capacitação de times para lidar com essa nova era ainda precisam ser exploradas.

Com o Open Finance mais maduro, a competitividade entre as instituições financeiras deve ficar ainda mais acirrada, em busca de oferecer a melhor experiência ao usuário. Para isso, é preciso ter dados estruturados e conseguir transformá-los em ferramentas valiosas para a tomada de decisão. Quem sair na frente estará pronto para fidelizar os clientes.

Outro desafio é o conservadorismo dos brasileiros na hora de compartilhar seus dados financeiros. É preciso vencer essa barreira cultural para que as pessoas confiem no sistema e, mais do que isso, vejam benefícios nessa relação. As instituições financeiras estão investindo em tecnologia, novos processos e atendimento mais personalizado.

É fato que o Open Finance está apenas começando e há um longo caminho a ser percorrido. As inovações já estão acontecendo no setor financeiro, porém, seu potencial ainda não está sendo totalmente explorado. Há muitos desafios não somente relacionado à padronização dos dados e custos de implementação, mas principalmente sobre o que fazer com os insights gerados.

Por conta disso, as atenções estão voltadas para como utilizar informações de forma estratégica. Estamos falando de um alto volume de dados. Não basta apenas coletar, mas também higienizar, padronizar e categorizar. Com isso, será possível aplicar inteligência e gerar valiosos insights, que se traduzem em produtos e serviços mais personalizados e melhor experiência do usuário. Em 2023 ainda veremos grandes avanços nesse sistema.

(*) – É cofundador e CEO da klavi (https://www.klavi.ai/).