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Com o PIX todo mundo sai ganhando

em Artigos
quinta-feira, 05 de novembro de 2020

Ralf Germer (*)

O Brasil tem passado por mudanças significativas nos últimos meses.

Além da pandemia do novo coronavírus ter trazido novos hábitos para a sociedade, acelerando o crescimento do e-commerce e incentivando consumidores a realizarem compras em plataformas virtuais, por exemplo, o mercado financeiro tem vivido uma verdadeira revolução.

Mesmo os brasileiros deixando o dinheiro físico de lado e criando uma certa familiaridade com os pagamentos por aproximação e as carteiras digitais, o Pix, do Banco Central, está chegando para quebrar paradigmas e colocar todas as instituições financeiras no mesmo jogo.

Transferências entre contas de bancos iguais já são imediatas e podem ser feitas em qualquer ocasião, o que não acontece se as instituições são diferentes. Essa é a grande mudança que a plataforma de pagamentos instantâneos traz. A partir de novembro, pagadores e recebedores vão poder movimentar o seu dinheiro online para toda e qualquer entidade, empresa e pessoa física cadastrada em até dez segundos, sem restrições de datas, horários e com baixo custo nas operações.

A iniciativa proporciona mais praticidade e agilidade na forma de fazer pagamentos e apresenta uma série de vantagens e benefícios para os usuários. Não é preciso ser especialista para entender que o dinamismo do Pix vai incentivar a inovação e a competição entre bancos, fintechs e grandes varejistas, que pela primeira vez ficam em pé de igualdade para competir por clientes, precisando buscar diferenciais.

Para se ter uma ideia, até meados de julho o Banco Central havia recebido 980 pedidos de adesão de empresas interessadas em participar dos pagamentos instantâneos. Desse número, apenas 34 eram instituições financeiras obrigadas a entrar no serviço, ou seja, nessa corrida pelo disruptivo, sobrevive quem acompanha as tendências e sai na frente dos demais.

Se por um lado os grandes bancos estão precisando encontrar maneiras de equilibrar a perda futura de receita – já que deve haver um impacto negativo com a queda de utilização de TEDs e dos DOCs tarifados -, criando benefícios e novos produtos, aumentando a participação em outras áreas e investido em campanhas de marketing; por outro, as instituições digitais têm apostado no relacionamento interpessoal e pensado em parcerias com, por exemplo, empresas de telefonia, grandes varejistas, entre outros.

Os mais de 45 milhões de adultos desbancarizados, que movimentam cerca de
R$ 800 bilhões em dinheiro em espécie, de acordo com estudo da Locomotiva, serão os grandes beneficiados com o sistema dos pagamentos instantâneos, uma vez que a tecnologia desburocratiza trâmites bancários, rompe barreiras e muda o mercado de meios de pagamento, sendo indiferente um cidadão ter uma conta em banco ou em uma carteira digital.

Além disso, o Pix concorre também com boletos para compras feitas na internet e com os caixas eletrônicos, acelerando o fluxo de dinheiro na economia e permitindo um desenvolvimento muito mais enérgico e ativo. Quem quiser utilizar os pagamentos instantâneos deve cadastrar uma chave, que é como se fosse uma espécie de identificador para realizar as transações, dentro do próprio aplicativo da instituição financeira em uso.

Cerca de 677 empresas do setor financeiro estão aptas para oferecer o Pix, portanto, não há desculpas para alguém ficar de fora. O novo sistema de pagamentos já é uma realidade e deve ser aproveitado por todos.

(*) – É CEO e cofundador da PagBrasil, fintech brasileira líder no processamento de pagamentos para e-commerce ao redor do mundo (www.pagbrasil.com).