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As empresas não sabem como reter bons funcionários

em Artigos
segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Antônio Bigaton (*)

Um dos grandes desafios do mundo empresarial é evitar que bons funcionários deixem a empresa e levem o know-how para concorrência

A satisfação é um ponto fundamental para esse quesito, mas as organizações tem avançado pouco na hora de encontrar alternativas que promovam a retenção de talentos e a felicidade no trabalho. Um levantamento realizado pelo Hay Group, que ouviu 906 companhias no Brasil entre novembro e dezembro de 2014, apontou que apesar de 74% das empresas considerarem a retenção um tema muito importante, apenas 26% tem programas estruturados para isso.

Outro levantamento, publicado em 2013 pela mesma consultoria, mostrou que 70% das empresas tem dificuldades de contratar e que apenas 11% desenvolviam táticas e programas para minimizar a rotatividade de suas equipes. A verdade é que o departamento de RH tem exercido um papel estratégico e fundamental para identificação e controle de desperdícios financeiros. Isso porque reter talentos, potencializar a produtividade e aumentar os índices de satisfação são uma das maneiras mais eficientes de minimizar gastos.

Para os especialistas, se as empresas se dedicassem mais na formação dos funcionários, a rotatividade diminuiria. Os programas de retenção devem contar com o desenvolvimento profissional de seus funcionários. Quando um colaborador sabe o que ele tem que melhorar para ser promovido e conhece o próximo passo que precisa dar na carreira, ele reconsidera as ofertas externas que recebe porque leva em conta o crescimento em longo prazo.

Outra estratégia é oferecer um programa de vantagens. Aumentar o salário simplesmente não resolve o problema. Uma maneira barata de agregar mais benefícios é filiar a empresa e os funcionários a um grêmio virtual. Essa terceirização vai buscar parcerias com academias, restaurantes, faculdades ou escolas de idiomas. Assim, o RH adquire um clube de vantagem muito mais amplo para seus funcionários.

Com o grêmio virtual, o gestor otimiza seu tempo e pode se dedicar apenas na organização e sistematização dos benefícios dentro da rotina da empresa. Trata-se de uma excelente opção para potencializar o salário dos colaboradores através dos descontos adquiridos, assim como realizar eventos corporativos que promovam a qualidade de vida na empresa.

A retenção de talentos vai muito além de aumentar salários, dar feedbacks a cada três meses e oferecer um plano de saúde. É preciso criar programas de crescimento profissional sólidos, um ambiente produtivo e saudável para o trabalho em equipe e um programa de benefícios capaz de agregar valor, facilidades e economia de gastos para os colaboradores.

Infelizmente, alguns gestores de RH confundem motivação com alegria, crescimento profissional com aumento de salário e programa de benefícios com vale transporte e plano de saúde. Dessa forma, as empresas investem tempo e dinheiro de maneira errada tentando aumentar os números de satisfação da equipe e falhando miseravelmente nessa missão.

(*) – Administrador de empresas formado pela FAAP e sócio diretor da Company Group e fundador do Lincard, primeiro grêmio virtual do Brasil (www.lincard.com.br).