Jessica Araujo (*)
A cada dia somos impactados pelas novidades tecnológicas e seus avanços nas mais diversas áreas da sociedade e mercado de trabalho.
A realidade é clara e não podemos negar: a tecnologia facilita bastante nossas vidas, afinal, todos os processos fabris, operacionais e, inclusive, dentro de nossos lares, praticamente tudo foi criado por meio ou com auxílio de um processo tecnológico.
Mas pensando um pouco mais além sobre isso, seria possível, por meio da inteligência artificial, que a tecnologia substitua o capital humano? Podemos dizer enfaticamente que não. Embora a inteligência artificial possa levar inteligência analítica para indústrias e demais domínios onde é utilizada, melhorar o desempenho das tecnologias já existentes e expandir a capacidade humana, ela não existe sozinha.
Basta avaliar que ela opera a partir de dados fornecidos e não possui outra maneira de incorporar conhecimentos. São sistemas específicos que focam em uma única tarefa, tudo bem diferente dos seres humanos. Portanto, para acompanhar o ritmo da evolução tecnológica e a agilidade nos processos, é preciso estabelecer um equilíbrio entre a inteligência artificial e o capital humano. E mais que isso, é preciso cuidar e valorizar esse capital que faz girar a roda da economia como um todo.
Bastante utilizado nos últimos tempos, o termo “capital humano” refere-se aos aspectos da performance de cada colaborador da empresa, ou seja, conhecimento, habilidades, experiências adquiridas, valores e demais pontos intangíveis, que constituem a formação profissional e ética de cada um. Por isso é tão importante zelar pelo capital humano, tanto pelos aspectos físicos quanto psicológicos.
Em vez de exercer cobranças excessivas, rotinas de trabalho pesadas e sem flexibilidade, o capital humano pode ser valorizado e se tornar uma fonte inesgotável de talentos profissionais. Neste ponto, podemos falar de salário emocional, uma remuneração que vai além do salário em si e bonificações tradicionais.
São benefícios como atendimento psicológico, grupos de ginástica laborais ou funcionais, sorteio de prêmios, viagens, eventos comemorativos frequentes na própria empresa, enfim, a lista pode ser bem ampla e os investimentos para essas ações geram um retorno imensurável no desempenho, taxa de absenteísmo e retenção de talentos.
Com tudo isso, podemos concluir que embora a tecnologia evolua a passos gigantescos, sua função será sempre a de nos auxiliar na realização e rapidez nos processos, mas nunca substituirá a necessidade e importância de cada profissional, independente da área que escolheu atuar.
(*) – É responsável pelo departamento de recursos humanos da Millenium Transportes.