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A responsabilidade da sociedade

em Artigos
quinta-feira, 13 de julho de 2017

Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)

Com a falta de autenticidade nas palavras, o relacionamento entre as pessoas se tornou superficial.

Um tagarelar vazio ditado pelos costumes sociais em que se fala qualquer coisa formada no cérebro sem que isso esteja de acordo com a vontade interior. São palavras de desconfiança e destinadas a bajular e enganar, que não constroem pontes nem vínculos entre as pessoas, surge apenas uma sensação desgastante nessas conversas mal desenvolvidas. Em contraste, palavras ditadas pela amizade e consideração são doadoras e fortalecedoras, indispensáveis ao bom entrosamento e realizações construtivas.

Pessoas negativas sempre trazem um pessimismo desanimador. Muitas delas tendem a colocar empecilhos e ver dificuldades em tudo. Inúmeras vezes nos deixamos levar pelo negativismo que paira no ar; não olhamos para as coisas boas e as grandes possibilidades, e ficamos travados em situações menores. É muito importante utilizar os pensamentos e palavras para bloquear a corrente negativa que a tudo invade.

Sem que haja mudança no foco voltado prioritariamente para interesses específicos e finalidades materialistas como objetivo da vida, poucas serão as possibilidades de alcançarmos continuada melhora geral. A falta de confiança e generosidade são ingredientes que contaminam o ambiente com pensamentos destrutivos gerando tristeza.

As pessoas começam a se sentir com raiva umas das outras sem saber exatamente por que, pois absorveram o veneno invisível que vai aumentando e se espalhando através de uma infindável corrente de pensamentos maléficos. Há muitas sombras de tristeza no mundo geradas pelas maldades, decepções e sonhos não realizados.

Poucas pessoas estão conscientes da necessidade da cooperação entre a intuição e a razão para, com isso, gerar leveza. Muitas estão colocando a frieza do raciocínio e a astúcia em primeiro lugar como arma na luta pela sobrevivência, gerando aspereza e desalento para satisfazer a própria cobiça.

Urge uma profunda mudança que indique um novo modo de vida com mais alegria, que não destrua o meio ambiente e que propicie a evolução. Para isso, o homem precisa de um novo foco na busca do saber de sua origem para reconhecer as leis invisíveis da natureza.

Temos de ser fortes e entender que cada um colhe o que semeia, sem cairmos na aflição. Perdemos a percepção da transcendentalidade da alma porque o raciocínio se tornou dominante, voltando-se exclusivamente para a vida material na suposição de que com a morte tudo se acaba.

A humanidade assentou sua crença sobre bases incompletas pondo de lado o real significado da vida; em decorrência, foi se formando a descrença e o ateísmo, dando-se ênfase ao consumismo e ao prazer imediato. As pessoas não podem continuar caminhando às cegas, pois existem muitas questões complexas que precisam ser tratadas com amplitude, pois envolvem o significado da vida tão pouco explorado pelos pesquisadores e pela sociedade.

A crença tem de se tornar convicção através de análises irrestritas, derrubando o misticismo e o dogmatismo. Enquanto as pessoas não buscarem uma clara noção do significado da vida, as novas gerações continuarão presas às correntes negativas, engrossando as fileiras dos alienados, vivendo como robôs sem saberem o que estão fazendo neste planeta, levando uma vida supérflua de pouco significado.

Mais do que um problema dos pais, trata-se de uma responsabilidade da sociedade que tem de, atentamente, oferecer aos jovens o adequado preparo para a vida e sua integração com o mundo, pois elas representam o futuro da humanidade até agora pouco observado.

(*) – Graduado pela FEA/USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel e é associado ao Rotary Club. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre qualidade de vida. Coordena os sites (www.vidaeaprendizado.com.br) e (www.library.com.br). E-mail: ([email protected]).