Kobi Lichtenstein (*)
A violência contra mulheres é um tema urgente. O Brasil ocupa o quinto lugar em um ranking de 83 nações que mais matam mulheres.
Durante a pandemia, este tipo de situação no Brasil foi escancarada e teve um assustador aumento, segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Em comparação com abril de 2019, vimos um aumento de 40% nas denúncias de violência contra a mulher.
Já um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com a empresa Decode, revelou um aumento de 431% em relatos de brigas de casal por vizinhos em redes sociais entre fevereiro e abril do ano passado. Com isso em vista, é cada vez maior o número de iniciativas em prol da promoção da defesa pessoal voltada para o público feminino.
Neste contexto, a Federação Sul Americana de Krav Maga, única representante oficial da defesa pessoal israelense no Brasil, e que detém a marca Krav Maga, realiza constantemente, eventos onlines e presenciais gratuitos direcionados a mulheres que querem aprender a se defender num momento de necessidade.
O objetivo destas iniciativas é mostrar para as mulheres que é possível se defender e se prevenir da violência. Como? Mudando a sua relação com o medo, adquirindo autoconfiança e conhecendo as técnicas de defesa pessoal que foram criadas na década de 40 para que qualquer pessoa, independente de porte físico, idade, ou sexo pudesse se defender de um ou mais agressões, armados ou não.
Atualmente, 30% dos praticantes de Krav Maga da Federação são mulheres, que aprendem a superar obstáculos físicos e mentais. Nas aulas, elas adquirem coragem e confiança em si mesmas, tornam-se mais atentas, ganham equilíbrio emocional e mudam a postura frente ao medo.
Muito mais do que a defesa pessoal, o treinamento orientado por profissionais qualificados transmite aos praticantes as diversas possibilidades de defesa, além de oferecer a capacidade de controlar as emoções, o medo e a reação, para que a pessoa possa se livrar da agressão de forma segura.
Neste momento, nada mais positivo do que enfrentar a realidade e mudar a situação, mas sempre com o apoio de pessoas preparadas.
(*) – É Grão Mestre e o introdutor do Krav Maga na América Latina, além de presidente da Federação Sul Americana de Krav Maga.