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A grande questão do home-office

em Artigos
sexta-feira, 31 de julho de 2015

Otávio Cavalcanti (*)

O trabalho remoto está se tornando cada vez mais um hábito moderno diário, com os funcionários e a geração millenium alimentando a demanda por mais liberdade para escolher o seu próprio local de trabalho.

No entanto, com muita frequência, o trabalho remoto é simplesmente sinônimo de home-office, independentemente de o espaço ser profissional o suficiente ou equipado adequadamente para realizar funções básicas de trabalho. Uma pesquisa realizada pela Regus revelou que as modalidades de home office improvisadas, muitas vezes, não fornecem a infraestrutura necessária para os trabalhadores (21%) e, mais importante, os deixa em posições desconfortáveis por longos períodos de tempo (20%), com o risco de causar lesão por esforço repetitivo e desconforto.

Além disso, outra pesquisa recente da Regus mostra que muitas empresas deixam os trabalhadores criarem o seu próprio espaço e mantê-los, incluindo medidas de saúde e segurança. De fato, enquanto 61% dos trabalhadores dizem globalmente que eles têm um escritório em casa, apenas metade (51%) relatam que o mesmo é um espaço profissional totalmente funcional e bem equipados. Isto se confirma visto que o home-office não é o ideal para a concentração e produtividade.

Daqueles que têm a sorte de informar que seu escritório em casa é totalmente profissional, apenas um terço (34%) dizem que a sua entidade patronal fez o investimento para montar o espaço. Esta é uma economia significativa para os empregadores. Um quinto dos trabalhadores relata que a criação de um escritório profissional em pleno funcionamento custa aproximadamente o equivalente a um salário mensal. Além disso, fazer funcionar e manter este espaço supostamente representa uma despesa de 3.400 dólares por ano. Não é de estranhar, portanto, que 49% dos trabalhadores acha que as empresas que incentivam equipe a trabalhar em casa estão apenas tentando transferir os custos para os funcionários.

Mas o que muitas empresas não percebem é que esses escritórios improvisados podem se transformar em um passivo, uma vez que a legislação de muitos países afirma que a segurança dos funcionários é de responsabilidade do empregador quando eles estão realizando tarefas de trabalho, independentemente da localização. No Brasil, a lei diz que acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa.

Mais de 75% dos inquiridos confirmam que a maioria das empresas que incentivam seus funcionários a trabalhar em casa não cobrem todos os custos da criação e manutenção de espaço de trabalho; e 77% dizem que eles não têm a cobertura do seguro apropriado no ambiente doméstico.

A responsabilidade representada por não regulamentar este espaço de trabalho é enorme e apenas um pequeno investimento no fornecimento de trabalhadores com acesso a espaços de trabalho totalmente equipados, mais perto de casa, pode ajudar as empresas a reduzir os seus custos e fornecerem um ambiente totalmente compatível para os trabalhadores que precisam reduzir seu trajeto.

O acesso a um local de trabalho profissional pode ajudar a melhorar a produtividade, oferecendo aos trabalhadores a flexibilidade que eles exigem.

(*) – É diretor da Regus no Brasil.