Wagner Bernardes (*)
Dias atrás, me deparei com a seguinte frase: “você não pode educar seus filhos da mesma forma que os seus pais te educaram, pois o mundo para o qual você foi educado já não existe”.
Certamente, o mundo de nossos pais, o nosso e de nossos filhos são bem diferentes. A presença da tecnologia, as profissões escolhidas, o modo como trabalhamos, a globalização, entre outros fatores, estão em constante mutação. Diante desse cenário, surge a pergunta: o quanto a educação se transformou? No século 21, a educação mudou pouco em relação ao que era no século 19.
E se considerarmos que a escola é uma ferramenta fundamental da sociedade para preparar os adultos do futuro, ela não deveria ter a capacidade de antecipar a mudança? É claro que os planos educacionais foram ajustados, os computadores e outras melhorias foram incorporados, mas não devemos esquecer que as novas gerações nasceram com a internet, conectividade onipresente, imediatismo e maior oferta de dispositivos.
Por isso, a tecnologia na sala de aula tem um papel fundamental não apenas em tornar o aprendizado mais atraente para os alunos, mas também em prepará-los para o mundo conectado em que vivem e onde irão trabalhar. Posso destacar quatro mudanças que devem ser consideradas.
Redesenhar o espaço educativo. No mundo dos adultos, os espaços de trabalho evoluíram buscando maior colaboração. E o mesmo deveria acontecer na escola. Nas classes, as fileiras de mesas voltadas para o professor deveriam sumir. As salas de aula de hoje devem ser um espaço colaborativo que facilite o aprendizado e use tecnologia para melhorar a experiência educacional.
Dispositivos nas aulas.
Trata-se de deixar para trás os laboratórios de informática para incorporar dispositivos permanentes nas salas de aula. Este é um recurso fundamental para poder ensinar alfabetização digital e as habilidades que serão exigidas no mercado de trabalho.
Jogar para aprender. Este conceito não é novo no mundo educacional. Mas hoje a tecnologia pode ajudar a simplificar questões complexas, trazer o conceitual para o visual, capturar a atenção e gerar uma experiência interativa.
Novas tecnologias a serviço da educação. A tecnologia digital pode incentivar o aprendizado a ser colaborativo e interativo. A realidade aumentada e a realidade virtual permitem que os professores criem experiências de aprendizagem mais imersivas e possam incentivar uma maior participação nas aulas. A inteligência artificial pode ser usada para personalizar a experiência educacional ou para tutoriais.
Existem muitos aspectos a serem contemplados e desafios a serem resolvidos, a fim de trazer a educação para o século 21 e antecipar o futuro, mas discuti-la e analisá-la é um passo fundamental. A escola tem em suas mãos os líderes digitais do futuro e, por isso, deve ser capaz de adicionar novas ferramentas e conhecimentos à educação tradicional.
(*) – É Diretor de Vendas da Orange Business Services (www.orange-business.com).