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A ascensão dos influenciadores virtuais e o metaverso

em Artigos
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Cassiano Maschio (*)

Vivemos em um mundo repleto de possibilidades tecnológicas.

De tempos em tempos, novas soluções ou dispositivos são criados, como uma maneira de nos mantermos conectados a todas as mudanças que acontecem ao nosso redor. Entre elas, estão os influenciadores virtuais, personagens desenvolvidos por meio de computação gráfica e de algoritmos de aprendizagem de máquina, que estão ganhando cada vez mais destaque na internet, sendo gerenciados principalmente por marcas e agências.

Um exemplo é o caso recente da Satiko, um avatar da apresentadora Sabrina Sato, com “personalidade própria” que, em poucos dias, já alcançou 16 mil seguidores no Instagram.

A personagem ganha vida no metaverso, um conceito que mescla o universo online, com a realidade aumentada, ou seja, permite uma vivência em um espaço cibernético, por meio de influências reais, que futuramente poderão fazer uso até mesmo de hologramas e outras ferramentas que prometem revolucionar a forma de consumo de entretenimento, produtos, serviços e negócios, tornando-os cada vez mais palpáveis, mesmo que não haja uma interação física.

Para os criadores de conteúdo digital, o metaverso representa uma maneira de criar avatares de si mesmos, como uma forma de expandir seu alcance na internet, por meio de uma persona que não se limita a ações humanas, e é bem menos propensa a erros, já que são personagens programados para seguir um propósito.

Com as constantes novidades que surgem nas redes sociais, esses influenciadores realizam sua primeira aparição no Instagram, com o objetivo de reforçar um posicionamento da empresa e fortalecer a relação com as pessoas. Embora pareça algo futurista, eles tornaram-se progressivamente mais consumidos e assistidos por uma legião de fãs no mundo inteiro, sendo capazes de influenciar comportamentos e novas tendências.

Segundo um levantamento realizado em novembro de 2019, pela HypeAuditor, plataforma de análise de dados nas redes, a maior audiência dos avatares está nos Estados Unidos (23%), seguido pelo Brasil (9%), Rússia (5%), Itália (2%) e Japão (1,6%). Estes personagens virtuais são criados a partir de tecnologias de inteligência artificial, o que os deixam com características muito semelhantes às de um ser humano.

Eles também possuem uma personalidade própria, sendo programados para serem figuras quase perfeitas, com liberdade criativa e onipresença. Suas particularidades também se assemelham às novas gerações, o que possibilita maior interação e identificação do público. Embora irreais, os influenciadores de IA fazem sucesso dentro e fora das redes sociais. Isso porque muitos foram desenvolvidos para o uso de grandes marcas, como uma maneira de atingir novas dinâmicas de mercado, incorporando conceitos e ferramentas utilizadas pelo marketing de influência.

Como exemplo, temos algumas personalidades que chegam a bater recordes de interatividade e entrosamento com o público como se fossem pessoas reais. É o caso da Lu, que representa a rede varejista Magazine Luiza. Atualmente, a personagem possui mais de 5 milhões de seguidores em seu instagram e constantemente realiza campanhas publicitárias, aparecendo também em fotos com famosos.

Com tantas novidades, também é importante destacarmos alguns pontos que devem ser acompanhados de perto no âmbito tecnológico. O surgimento dessas personalidades virtuais representam desafios no desenvolvimento de soluções aplicáveis e resolutivas ao dia a dia das pessoas, além de causarem uma eventual desumanização, haja vista que um personagem irreal pode ocasionar conflitos e preconceitos, caso seu objetivo não seja muito bem disseminado para o público.

Outro desafio a ser considerado é a conexão 5G. Embora a própria tecnologia esteja em constante evolução e repleta de possibilidades, ainda existe um longo caminho para percorrer em busca de um ambiente altamente conectado. Isso indica que fatores como as novas tendências digitais ainda irão evoluir muito em potencial de crescimento nas redes, por meio de diferentes abordagens e iniciativas.

(*) – É diretor de vendas e marketing da Inbenta Brasil, empresa especializada em soluções de autoatendimento em canais digitais.