Silvio Torres (*)
Em 1988, no Manifesto ao Povo Brasileiro que anunciava a fundação do PSDB,Franco Montoro resumiu assim o desejo e o entusiasmo daquele momento: “Longe das benesses oficiais, mas perto do pulsar das ruas, nasce o novo partido”.
Desde então, foram muitas as contribuições fundamentais do PSDB para o país: a estabilidade da moeda, a construção de uma rede de proteção social, a consolidação dos direitos individuais e coletivos, o lançamento das bases da responsabilidade fiscal e do crescimento sustentável do Brasil. Hoje, após eleições municipais que mostraram por todo o país a aceitação dos ideais do partido, o PSDB se depara com um próximo desafio: a escolha de seu candidato para a eleição presidencial de 2018.
Diante da complexidade do processo eleitoral que se avizinha, o desafio é urgente: a sigla precisa tomar sua decisão até dezembro deste ano. Não se deve descartar, por óbvio, que essa escolha se dê por consenso. Todavia, mesmo para essa concordância é preciso estabelecer um horizonte de tempo.
As lideranças irão se aglutinar em torno de um nome até agosto de 2017. Se isso não acontecer, o partido deve embarcar com determinação no caminho das prévias. O sucesso desse método requer que se cumpra uma série de passos.
É preciso escolher o modelo, regulamentar o processo, organizar as votações nacionalmente e dar tempo aos pré-candidatos para que se preparem e possam apresentar suas ideias aos filiados. Esse movimento deve ter início, no mais tardar, em setembro de 2017, para que a escolha aconteça antes do final do ano. As prévias terão o mérito de fortalecer a democracia interna do PSDB. Um exemplo nesse sentido ocorreu no ano passado, com a candidatura de João Doria à Prefeitura de São Paulo.
O processo, com o apoio do governador Geraldo Alckmin, mobilizou a militância local e deu corpo a uma campanha histórica e exitosa, com vitória no primeiro turno. As prévias em São Paulo cumpriram ideia disposta no estatuto do PSDB, que afirma, logo em seu segundo artigo, que o partido tem como base a democracia interna. As diretrizes fundamentais previstas garantem “a efetiva participação dos filiados na vida partidária” e “no processo decisório interno”.
Iniciar 2018 com um candidato escolhido permitirá ao PSDB, neste tempo de desafio à política, realizar as tarefas necessárias para uma campanha exitosa.
Será possível articular as alianças nacionais e regionais, tão necessárias não apenas para a disputa das eleições mas principalmente para implementar um programa de governo transformador. Também será possível estruturar a arrecadação e distribuição de recursos, além de organizar as candidaturas às casas legislativas.
Durante o tempo de pré-campanha, o candidato do PSDB poderá percorrer o Brasil e se aproximar das pessoas de todos os Estados. Poderá conhecer em profundidade os anseios e as demandas dos brasileiros, em cada uma das unidades da Federação. Disso emergirá um programa de governo afinado com as exigências do tempo presente e capaz de gerar empregos, renda, oportunidades para as pessoas e serviços públicos de qualidade.
A urgência na definição da candidatura é necessária para que o PSDB possa sair na frente nas próximas eleições, com união de valores e propósitos, de forma a servir da melhor maneira possível ao cidadão brasileiro.
Nosso partido certamente estará preparado para cumprir, mais uma vez, sua responsabilidade com o Brasil e com a democracia.
(*) – É deputado federal (PSDB-SP) e secretário-geral da Executiva Nacional do PSDB.