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Produtos do agronegócio valorizam 19% no exterior

em Agronews
sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Imagem: bruceman_CANVA

Em 2022, o agro brasileiro conseguiu exportar seus produtos a preços mais altos, segundo dados compilados pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.
De acordo com a entidade, a cesta de aproximadamente 190 posições SH4 (categorias de produtos) exportadas pelo setor a quase todos os países do mundo, teve média de preço de US$ 680,59 a tonelada, elevação de 18,95% sobre o valor médio dos negócios de 2021.
Embora a variação média de preço tenha de ser vista com cautela para evitar distorções, quando analisados os principais itens da pauta de exportações, grupo com produtos exportados este ano e no ano passado, é possível constatar variações ainda maiores.
A valorização do preço de venda é creditada pela entidade à inflação global, que vem puxando para cima custos com combustíveis, insumos e processos logísticos na esteira da pandemia e da Guerra na Ucrânia. Foi decisiva, no entanto, a forte demanda por commodities alimentares no exterior, especialmente as passíveis de estoque, o que permitiu aos exportadores não só repassar o aumento nos custos, como também ampliar as margens.
“Na maioria dos produtos, os preços subiram para acompanhar a alta nos custos de produção, mas houve muitas situações em que os reajustes ocorreram acima da média geral e significativamente acima da inflação brasileira [5,79%, segundo o IBGE], sobretudo nos itens que lideram a pauta. Há ainda o dólar valorizado em relação ao real favorecendo as margens. Esses dados nos fazem acreditar que os exportadores realizaram lucros importantes em muitos negócios”, analisa Tamer Mansour, secretário-geral da entidade.
Em 2022, as exportações do agro brasileiro somaram US$ 135,157 bilhões, avanço de 35,41% sobre o ano anterior. Entre os ‘top 10’ da pauta, o café foi o produto que mais valorizou. Os negócios envolvendo o grão foram realizados a um preço médio 56,93% mais alto, em média US$ 4.000,42 a tonelada, no conjunto dos países compradores. Em seguida vem o milho, com alta de 37,85% e preço médio de US$ 282,65 a tonelada. A soja segue o ranking, com alta de 31,75% e preço médio de US$ 591,20 a tonelada. O óleo de soja vem em seguida, com preço médio 23,80% mais alto, no caso US$ 1.512,27 a tonelada. As aves valorizaram 22,69%, com a tonelada vendida a US$ 2.007,84.