A Justiça Federal do Mato Grosso do Sul decretou ontrem (5) a prisão preventiva de Cesare Battisti, acusado de evasão de divisas ao tentar entrar na Bolívia com o equivalente a cerca de R$ 23 mil em moeda estrangeira.
Segundo o juiz Odilon de Oliveira, famoso por sua atuação no combate ao tráfico de drogas, ficou claro que o italiano estava tentando fugir do Brasil para escapar de uma eventual extradição.
A decisão foi tomada ao fim de uma audiência em Corumbá (MS), onde Battisti é mantido sob custódia. O italiano, que mora no estado de São Paulo, foi interceptado na última quarta-feira (5), quando tentava entrar na Bolívia de táxi ao lado de um amigo, Vanderlei Lima Silva. Eles levavam US$ 5 mil e cerca de 2 mil euros em espécie.
Em depoimento à PF, Battisti disse que estava em Corumbá para “pescar” e que ia ao país vizinho para “comprar roupas de couro”. Ele e Silva chegaram de carro, junto com um terceiro homem, Paulo Neto Ferreira de Almeida, que os deixara perto da fronteira. No veículo conduzido por Almeida, a PF encontrou um “recipiente contendo resíduos de substância que aparenta ser cocaína”.
Em seu depoimento, Battisti disse que “não receia ser extraditado” e garantiu que está “protegido judicialmente” pelo decreto do ex-presidente Lula que lhe concede asilo político. O governo italiano pediu para o Brasil reabrir o processo de extradição de Battisti, que foi condenado à prisão perpétua em seu país por envolvimento em quatro assassinatos na década de 1970, quando integrava uma milícia de extrema esquerda. O advogado de Battisti, Igor Sant’Anna Tamasauskas, ainda não se pronunciou sobre a prisão preventiva de seu cliente (ANSA).