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Combate ao apagão geral

em Opinião
quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)

Durante décadas o Brasil tem mantido gestão viciada e oportunista.

Esse quadro precisa evoluir para um Estado ágil e moderno que crie boas oportunidades para a produção, comércio, empregos, consumo e boa escolarização que nos livre do apagão espiritual-mental.

O gigantismo é nocivo, tanto no Estado como no mundo empresarial. O Estado tem de ficar afastado da atividade empresarial, mas deve ser firme e justo na regulamentação para que o poder não seja açambarcado pelos mais poderosos que fazem o que bem entendem. Há vários municípios com muitas pessoas disputando a receita diminuta.

O inchaço continua gerando desequilíbrios pela falta de planejamento. É lamentável ver tanto dinheiro gasto inutilmente, tantas dívidas sem sentido, enquanto ainda falta tudo para considerar o Brasil fora do terceiro mundo.

Mais de 50% da população não dispõe de coleta de esgoto e saneamento. Quanto mais gente, mais problemas que se agravam com o despreparo geral. As cidades costeiras começam a ter problemas com a elevação do nível das águas do mar. Primarismo, improvisação e incompetência. A cidade é onde construímos o lar para morarmos.

Do total de municípios brasileiros, 87% encerraram 2016 em situação fiscal difícil ou crítica. Apenas 13,8% das prefeituras foram consideradas de boa gestão. O mau aproveitamento da riqueza para o desenvolvimento do país é, em grande parte, uma questão de educação e preparo para a vida, com a classe política visando vantagens pessoais e a população sendo induzida e agindo de forma acomodada sem propósitos mais nobres.

Líderes populistas iludem a massa e depois acabam iludindo a si mesmos com sua megalomania, até quebrarem a cara com a dura realidade das finanças globalizadas que cobiçam riquezas; então partem para a luta atribuindo a culpa ao capitalismo, ocultando as besteiras que fizeram para burlar as leis simples de controle das contas e dispêndios inúteis.

Além da enormidade de dinheiro extraído pela corrupção, o pior foram as consequências como o entreguismo de recursos e da autonomia para cuidar dos interesses do país que possibilitaram não apenas a venda de empresas, mas a autodeterminação da população despreparada.

Fomos barrados no baile da prosperidade e da melhor qualidade humana. Estamos muito longe de onde deveríamos estar. Privatizar se impõe. Vender em momento inoportuno é dar filé a preço de banana.

É preciso que o governo e os setores empresarial e financeiro voltem a se preocupar com a melhora do país, construindo e melhorando as rodovias e ferrovias. Que se dê à educação a direção certa, sem viés socialista ou religioso, mas que se empenhe em formar seres humanos de valor com suas capacitações e talentos desenvolvidos para barrar o apagão espiritual e mental que acaba com o Brasil.

Muitos fatores estão levando a esse apagão, à robotização, à perda do bom senso. O cérebro perdeu a conexão com o eu interior e se for deixado por si e pelas influências externas, acaba agindo como máquina insensível. Há no mundo a forte tendência para que as pessoas olhem apenas para o intervalo entre o nascimento e a morte, considerando isso como sendo a vida toda.

O mundo necessita de pessoas que tenham a capacidade para encontrar soluções inovadoras para problemas complexos, isto é, pessoas que tenham a capacidade intuitiva em funcionamento. O ser humano é dotado de cérebro para raciocinar e cerebelo para conectar com o eu interior onde estão acumuladas as vivências e o bom senso.

O homem necessita de sabedoria e alegria para experimentar tudo na vida e evoluir alcançando a paz, o progresso e a felicidade.

(*) – Graduado pela FEA/USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites (www.vidaeaprendizado.com.br) e (www.library.com.br). E-mail: ([email protected]).