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Economia 02/06/2017

em Economia
quinta-feira, 01 de junho de 2017
No Distrito Federal, 45 mil litros de gasolina foram vendidos a R$ 2,14 o litro.

Dia da Liberdade de Impostos teve descontos em 11 estados

No Distrito Federal, 45 mil litros de gasolina foram vendidos a R$ 2,14 o litro.

Os brasileiros puderam adquirir ontem (1°) produtos e serviços com desconto de até 80%, referente ao valor dos impostos, em 11 estados

O Dia da Liberdade de Impostos, como é chamada a ação, é organizado pela Câmara de Dirigentes Lojistas Jovem (CDL Jovem) e está em sua nona edição. O Brasil ocupa o sétimo lugar entre os países onde a população mais trabalha para pagar impostos, com média de 151 dias em um ano.
À frente dos brasileiros, com médias próximas, estão países com forte rede de proteção social como a Dinamarca (176 dias), Suécia (163 dias), Áustria (158 dias) e Noruega (157 dias). De acordo com Fabiana Lucas, da CDL Jovem do Ceará, o objetivo da campanha não foi criticar o pagamento de impostos e sim reivindicar um sistema simplificado e a conversão dos recursos arrecadados em benefícios para a população. “No Brasil, a gente paga mais impostos do que em muitos países desenvolvidos sem que a população tenha essa contrapartida”, afirma.
Fabiana lembra que o sistema CDL é favorável à reforma tributária discutida na Câmara dos Deputados. “A gente tem uma agenda positiva, já, com o Congresso. Somos a favor da simplificação”. A Câmara instalou em 2015 uma comissão especial para debater o assunto, por meio do estudo de projetos de lei já existentes e a formulação de novas sugestões.
No Distrito Federal, o Dia da Liberdade de Impostos teve a venda 45 mil litros de gasolina a R$ 2,14 o litro. A promoção ocorreu nas três unidades de uma rede de postos de gasolina: na Asa Norte, Asa Sul e Taguatinga. Além disso, os consumidores tiveram a oportunidade de comprar por R$ 37.319,38 um Peugeot 208, cujo preço de mercado é R$ 52.290, carro cedido por uma concessionária (ABr).

Balança comercial tem superávit recorde de janeiro a maio

O saldo positivo é o maior para o período desde o início da série histórica, em 1989.

A balança comercial brasileira acumula superávit de US$ 29 bilhões de janeiro a maio deste ano. O saldo positivo é o maior para o período desde o início da série histórica, em 1989. Em maio, a balança teve superávit de US$ 7,661 bilhões, recorde mensal. Os dados foram divulgados hoje (1°) pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. A balança comercial tem superávit quando as exportações (vendas do Brasil para parceiros de negócios no exterior) superam as importações (compras do país no exterior).
No mês de maio, as exportações brasileiras ficaram em US$ 19,792 bilhões, superando os US$ 12,131 bilhões em importações. As exportações cresceram 7,5% em relação a maio de 2016 segundo o critério da média diária, que leva em conta o valor negociado por dia útil. Ante abril deste ano, houve queda de 8,4%. As importações, por sua vez, cresceram 4% na comparação com maio do ano passado e caíram 7,4% em relação a abril deste ano, também segundo o critério da média diária (ABr).

Câmara vai revisar lei da microempresa

A Câmara instalou a comissão especial que vai votar o projeto que limita a aplicação da substituição tributária nas operações envolvendo micros e pequenas empresas (MPEs). O colegiado será presidido pelo deputado Carlos Melles (DEM-MG), que designou como relator Otavio Leite (PSDB-RJ). A proposta foi apresentada pelo deputado Jorginho Mello (PR-SC),
Para Leite, a força da frente parlamentar é a principal certeza de que o projeto será aprovado na Câmara até o fim do ano. “Esse projeto traduz um sentimento que está acima dos partidos”, disse. Para ele, as prioridades na relatoria passam, entre outros pontos, pela redução da burocracia para abrir e fechar MPEs, pelo estímulo a novas linhas de crédito para este setor da economia e pela revisão do conceito financeiro de MPE (Ag.Câmara).

Custo de vida na Região Metropolitana subiu 0,24% em abril

Os preços dos produtos e serviços da Região Metropolitana de São Paulo subiram em abril, porém, em menor intensidade na comparação com o ano passado. No mês, o custo de vida subiu 0,24% após o aumento de 0,07% notado em março. No mesmo mês de 2016, o indicador exibiu elevação de 0,68%. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice registrou alta de 4,24%. Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social, realizada mensalmente pela FecomercioSP.
Os setores que mais influenciaram na alta do custo de vida em abril foram os relacionados à saúde e cuidados pessoais (1,52%), vestuário (1,42%) e alimentação e bebidas (0,69%). Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, o aumento nos preços do segmento de saúde e cuidados pessoais já era aguardado em virtude do reajuste anual da categoria dos medicamentos, que ocorre sempre 31 de março. A alta de preços verificada no grupo Vestuário já era esperada dado que nessa época do ano é lançada a coleção outono-inverno, cujos itens tem maior valor agregado e preços superiores aos itens de verão.
A dispersão de quedas mostrou uma ligeira redução, tendo em vista que em março quatro dos nove segmentos que compõem a pesquisa assinalaram variação negativa e, em abril, foram apenas três: Habitação (-1,28%), Artigos do lar (-0,08%) e Comunicação (-0,48%). Os indicadores de inflação estão em patamares muito mais confortáveis que os vistos no ano passado, sem dispersão de altas tantos nos subgrupos como nos itens que são pesquisados (FecomercioSP).

Professora da FGV analisa resultado do PIB

Para a professora dos cursos de MBA da Fundação Getulio Vargas (FGV), Virene Matesco, ainda não é possível afirmar que a recessão acabou. De acordo com ela, o resultado foi positivo, mas não há motivo para comemorar já que o crescimento de 1% da economia frente ao quarto trimestre ainda foi insuficiente para fazer o PIB sair do patamar de 2010 e os cenários são difusos.
“É um resultado positivo, mas bastante frágil. A boa notícia é a performance da agricultura – que tinha recuado 0,2% no último tri de 2016, agora registra o melhor resultado do setor em 21 anos. Isso vai refletir nos preços dos alimentos e, principalmente, na inflação, porém os números da indústria, do consumo das famílias e dos serviços estão muito ruins”, analisa Virene Matesco.
Ela ressalta ainda que o mais preocupante é o nível de investimento da indústria, que recuou 3,7%, e o consumo das famílias, com queda de 1,9%, enquanto o consumo do governo se retraiu 1,3%. “As empresas não estão tirando seus projetos do papel nem investindo em novos maquinários. Considerando os setores da economia, o pior resultado nesse tipo de comparação foi o de serviços, que responde por cerca de 60% da economia brasileira e recuou 1,7%”, aponta Virene Matesco.
Matesco lembra que o dado divulgado ontem, um retrato dos meses de janeiro a março, não contempla acontecimentos recentes, como a turbulência política que fez o país mergulhar em uma crise de incerteza. “Podemos comprometer os resultados de 2018”, observa (FGV).