O CEO da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, enxerga sinais de recuperação do crescimento do PIB brasileiro e do setor siderúrgico, mas avalia que o curto prazo ainda será difícil para a indústria.
Para o executivo “o pior provavelmente já passou”, mas a retomada só deve vir em cerca de um ano.
“Já se vê os sinais (de retomada). A questão é quando. Acredito que os próximos seis a oito meses ainda serão difíceis”, disse em painel no 57º Congresso da Associação Latinoamericana do Aço (Alacero), no Rio. Como fatores positivos, o executivo citou a aprovação de medidas como a PEC do Teto de Gastos na Câmara, projetos de infraestrutura, a queda da inflação e a melhora dos indicadores de confiança, mas destacou que, na prática, isso ainda não se refletiu nos números da economia.”Há uma mudança importante acontecendo no Brasil”, afirmou.
Gerdau mencionou uma estimativa de alta de 1,3% a 1,5% do País para o próximo ano, com base em dados do Boletim Focus. A correlação com o setor siderúrgico é de 2,3 vezes de crescimento em relação ao PIB. A estimativa é que ao fim deste ano o consumo aparente – que inclui vendas internas e importações – do setor terá despencado 36% desde 2013, para 18 milhões de toneladas por ano. “Esperamos uma retomada desses números que caíram tanto nos últimos quatro anos”, afirmou.
Gerdau se mostrou otimista com a capacidade do novo governo em aprovar medidas no Congresso. Ele considera reformas como a da previdência, trabalhista e tributária cruciais para recuperar a economia e a indústria. Destacou a preocupação com a perda de participação da indústria no PIB. O porcentual chegou a 11,4% em 2015, mas já foi de 35,9% no fim dos anos 80. “A preocupação é quanto mais vai cair”, disse (AE).