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Temer: Janot cumpriu seu papel ao pedir prisão de membros do PMDB

em Manchete
quarta-feira, 22 de junho de 2016

Pedro Ladeira/Folhapress

Presidente interino Michel Temer.

Ontem (21), o presidente interino Michel Temer concedeu entrevista à Rádio Jovem Pan, na qual elogiou a decisão do ministro do STF, Teori Zavascki, de negar o pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra os pemedebistas Renan Calheiros, Romero Jucá, José Sarney e Eduardo Cunha. Temer minimizou afirmações feitas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que estaria participando de uma “conspiração para asfixiar as ações da Operação Lava Jato”.
“O procurador-geral Janot faz esse raciocínio tendo em vista as afirmações de Sérgio Machado [ex-presidente da Transpetro]. Nada mais do que isso. Não é uma convicção dele”, disse Temer. “Não acho que o Legislativo tenha qualquer disposição conspiratória para reduzir as potencialidades e possibilidades da operação”, emendou. Na sua opinião, tanto Janot – ao pedir a prisão –, quanto Zavascki – ao negar o pedido –, estão cumprindo o papel deles. “Não sei quais são as razões [do pedido de Janot], mas é claro que está motivado por depoimentos que estiveram em suas mãos. Teori também fez o seu papel adequadamente, de que não era o caso, neste momento, de decretar a prisão”.
Em relação aos pedidos de demissão feitos pelos ministros do atual governo citados nas investigações da Lava Jato, Temer disse que a atitude demonstra que seus ministros têm “senso de colaboração” para com o governo. O presidente interino também reiterou que manterá os programas sociais do governo federal, como o Bolsa Família e o Minha Casa. “Não fico nas palavras, fico na ação”, disse. “Enquanto houver probreza extrema no país o Bolsa Família vai continuar”, disse ele. “E o Minha Casa, Minha Vida vamos manter porque é um programa exitoso”, acrescentou.
Temer elogiou o sucesso do governo no sentido de consolidar uma base no Congresso. Algo que, segundo ele, “há muito tempo não se verificava”. “E essa base sólida está disposta a tirar o País da crise”, disse ele ao comentar o sucesso em aprovar a Desvinculação de Receitas da União (DRU) “em duas semanas com votação significativa”. Sobre a análise das contas do governo Dilma, Temer elogiou a posição do TCU, que afirmou que a presidenta afastada repetiu indícios de irregularidades em 2015. Segundo ele, o tribunal “se opôs, com razão, a certas medidas que o Executivo tomou no passado” (ABr).