Seis passos para estudar o ambiente empresarial e a nuvemComo estruturar empresas para a migração de informações para a nuvem? Juarez Araújo (*) A nuvem (cloud) é hoje um símbolo da internet, e como permite uma grande capacidade de armazenamento de computadores e servidores compartilhados por meio da rede, realizar a migração de informações e dados para a nuvem (cloud), é uma estratégia cada vez mais adotada pelas empresas e gestores de tecnologia. Ela vai de encontro a uma das principais preocupações atuais dos CIO´s das empresas: a redução de custos. No entanto, é imprescindível pensar no passo a passo. Para realizar o início dessa “jornada para a nuvem”, é necessário conhecer os detalhes e os números do seu ambiente de TI, ou seja: 1.Realizar um bom e atualizado inventário de hardware e software Números reais de comportamento da infraestrutura, consumo e uso de métricas de performance e acessos, segurança da informação e um dedicado capacity planning (planejamento de capacidade), são algumas das etapas essenciais para qualquer migração com excelência. 2. Avaliar quais são os tipos de dados armazenados Segregá-los por nível de importância para a empresa, distribuindo os recursos de acordo com as necessidades e sempre visando atender da melhor maneira os SLAs (Service Level Agreement – tempo permitido de desligamento) de todas as aplicações e serviços contidos no portfólio de TI. 3. Definir o tipo de nuvem que será utilizada Inicialmente, pode-se realizar a virtualização dos equipamentos físicos, passando por uma Cloud Híbrida (virtualização de ambientes utilizando tanto uma rede interna quanto a internet), e posteriormente por uma Cloud Privada (virtualização de ambientes em uma rede privada, como uma rede empresarial) ou Pública (virtualização de ambientes pela internet), sendo que todas elas permitem o melhor aproveitamento, distribuição, criação rápida e possibilidade de ajustes de novos recursos. 4. Definir o tamanho dos recursos a serem utilizados A computação em nuvem nos fornece um fácil e ágil escalonamento, permitindo-nos adequar a quantidade de recursos computacionais de acordo com o real e atual consumo. Esse escalonamento gera redução de custos, melhora na performance e garante a estabilidade e confiabilidade no novo ambiente. 5. Como será monitorada a sua nuvem É necessário lembrar também de um ponto fundamental: a monitoração. Levar em consideração o software utilizado para monitorar o novo ambiente de TI, como servidores, bancos de dados, banda de rede e o armazenamento, também contribui para que o ambiente em nuvem permaneça robusto e confiável. 6. Escolha um parceiro de confiança Para realizar essa jornada para a nuvem, você deve contar com uma empresa especializada e certificada, que irá avaliar qual o tipo de nuvem mais indicado aos negócios e dados da empresa, além de uma topologia e arquitetura bem estudada, permitindo à empresa operar da melhor maneira possível e atendendo com excelência a necessidade de negócios. Quanto mais estudamos um ambiente, mais descobrimos suas exigências, suas necessidades, quais são as aplicações que requerem maior capacidade de recursos em sua infraestrutura, e quais são os candidatos a serem migrados para a nuvem. Assim, sua empresa mantém uma boa organização, mas principalmente, estruturação de informações essenciais ao desenvolvimento. (*) É diretor comercial da DBACorp . | Como o freelancing pode atuar como um antídoto frente à criseO cenário econômico brasileiro vive um momento de instabilidade, com a desvalorização da moeda, aumento da inflação e, também, alto índice de desemprego. De acordo com os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego atingiu 11,2% no país, com mais de 11 milhões de desempregados, a maior taxa dos últimos quatro anos. Diante dessa realidade, o freelancing abriu um leque de oportunidades. E não apenas no Brasil. O trabalho freelance está crescendo constantemente em vários países Latino-Americanos. A desvalorização da moeda também na Argentina e Colômbia, além de outros países, potencializou os benefícios do freelancing, dando uma oportunidade única para encontrar não só a liberdade e autonomia que este tipo de trabalho oferece, mas também uma maior estabilidade econômica que se traduz também em uma estabilidade emocional. Em primeiro lugar, ser freelance em países como o Brasil e a Argentina, onde a moeda tem se desvalorizado constantemente nos últimos anos, oferece ao profissional a oportunidade de trabalhar, também, com clientes de outros países. Através de plataformas de contratação de freelancers, é possível ter acesso a projetos de diversas localidades, o que é a melhor opção para conseguir uma maior estabilidade profissional, ganhando autonomia, liberdade e qualidade de vida. Hoje, o profissional pode trabalhar de onde quiser, com clientes de qualquer parte do mundo, sem depender diretamente da economia do seu país. As oportunidades que se abrem para os freelancers estão apoiadas no que esta crise gera para os empreendedores, que buscam nessas plataformas novas oportunidades para encarar o seu negócio, reduzindo custos e montando equipes eficientes de trabalho remoto, sem ter que depender da proximidade física, e o acompanhamento de questões incontroláveis para qualquer empreendedor. Atualmente, por exemplo, um empreendedor colombiano pode montar o seu negócio através da Workana, contratando os melhores programadores, designers e redatores, sem se importar com o país em que vivem, pagando na moeda que quiser. Assim, pode criar o seu negócio sem precisar alugar um escritório e economizando todo tipo de custos que tornaria um empreendimento inviável. Pode contratar por projetos ou de forma fixa, dependendo de suas próprias necessidades. A possibilidade de trabalhar remotamente com segurança abriu as fronteiras para empreendedores e freelancers de forma extraordinária na América Latina. O freelancing se converteu na melhor arma contra a crise, as desvalorizações e as recessões. Para muitos, já não é necessário sair do lugar para encontrar as oportunidades, já que estas se encontram no trabalho remoto. (Fonte: Tomás O’Farrell é CEO da Workana, plataforma de trabalho freelance com atuação em toda a América Latina). As barreiras econômicas para as empresas no BrasilAurélien Jacomy (*) São diversas dificuldades enfrentadas no dia a dia em um período de crise, mas a boa notícia é que existe uma solução A Supply Chain é um dos pilares do desenvolvimento das empresas no Brasil. Pelo tamanho do país, o péssimo estado das infraestruturas (rodovias, portos etc.), ou também pela complexidade e rigidez da fiscalidade brasileira, é difícil atingir os níveis de produtividade da Europa ou dos Estados Unidos. Porém, essas dificuldades aparentes não são as únicas especificidades do Brasil que podem frear o desenvolvimento de uma Supply Chain eficaz. Descobrimos ao longo dos projetos realizados aqui, que a falta de confiança que existe entre os brasileiros é a razão frequente da existência de processos morosos. Em um momento de crise econômica, também pode ser visto como uma fonte importante de ganho de produtividade. O Brasil conheceu um período de forte crescimento econômico de 2006 a 2011. Por efeito de escala, os custos com logística caíram nesse mesmo período, sem que as empresas tenham necessidade de rever os seus processos e a organização. O custo logístico em relação ao PIB caiu nesse período de 12,1% em 2004, para 10,6% em 2010. Enfrentando a crise de 2008, as empresas americanas conseguiram reduzir os custos logísticos de 10% para 8% do PIB dos Estados Unidos. Ao contrário do Brasil, que viu seus custos logísticos aumentar durante a crise atual, para 11,5% em 2012, e 11,7% em 2014(1). Nesse período, todos indicadores no país conduzem a um aumento dos custos logísticos: aumento dos salários de 92%(2), aumento dos volumes transportadores de 42%, dos estoques de 168%, enquanto os custos da imobilização são muito elevados (14,5% em 2015(3)). O forte desenvolvimento do Norte e do Nordeste explica também parcialmente o aumento dos custos logísticos. O aumento das distâncias, e a repartição ao longo da costa brasileira da população (enquanto o Sul e o Sudeste são organizados de uma forma mais concêntrica), encareceram a distribuição nesses novos centros. Podemos analisar os altos custos, com base em três pontos principais: Infraestruturas: Apesar de transportar 70% das suas mercadorias por rodovia, o Brasil tem apenas 30% das suas estradas em bom estado. Essas estradas se concentram no Sul e Sudeste do país, ou ao longo da costa, o que freia o desenvolvimento do interior do país. Complexidade do sistema fiscal: A taxa de impostos (35,7% do PIB) impacta fortemente no custo dos produtos, mas a complexidade do sistema fiscal impacta ainda mais a organização das empresas. A maioria das malhas de distribuição foram desenhadas em função de benefícios fiscais e não de uma otimização logística. A fiscalidade também desacelera os fluxos, aumentando os prazos de recebimento, bloqueando as recepções. Burocracia : Para reduzir a fraude fiscal, o governo brasileiro desenvolveu um sistema de coleta dos impostos muito complexo, que trava o desenvolvimento da cadeia de abastecimento, especialmente no e-commerce e no omnicanal. Tudo isso explica bem o alto custo de distribuição que as empresas brasileiras conhecem. Porém, seria um erro se limitar a razões externas, e as empresas devem procurar causas de não produtividade dentro das suas próprias organizações. Verificar com cuidado a conta no restaurante, verificar no aplicativo Waze o caminho que o taxista escolheu, ou exigir o reconhecimento de uma assinatura no cartório são gestos comuns no Brasil que demonstram a falta de confiança entre as pessoas. Enquanto os atos de corrupções nas capas dos jornais, é muito comum observar gestos de fraude do dia dia. Um clima de desconfiança realmente existe no Brasil: “preciso verificar tudo, porque ‘o outro’ vai se aproveitar da minha ingenuidade”. Os processos logísticos no Brasil se constroem com essa convicção. Os controles se repetem ao longo da cadeia de abastecimento: do fornecedor para o cliente, de uma área para outra, ou mesmo dentro de uma mesma área. A taxa de serviço e a qualidade dos estoques estão longes de ser exemplares. Vários estudos levantaram taxas de confiabilidade dos estoques de apenas 30% ou 40% nas lojas, inclusive logo depois de um inventário. Em vez de rever os processos, as empresas tentam desresponsabilizar seus funcionários e deixar para eles tarefas manuais, retirando qualquer processo que necessite uma tomada de decisão. Enquanto o retorno sobre investimento justifica fora do Brasil projetos de automação, o principal argumento aqui é a redução da dependência da operação à qualificação da mão de obra. O turnover alto que conhecem as empresas explica, em parte, essa decisão, mas a desconfiança nos funcionários é geralmente o principal argumento. Apesar disso, as empresas brasileiras têm três alavancas para melhorar sua cadeia de abastecimento e aumentar sua competitividade: funcionários, fornecedores e trocas de informação. Envolver os funcionários, mesmo nos níveis mais operacionais, é um dos fatores de sucesso dos projetos no Brasil. Várias metodologias de Lean Management detalham os benefícios desse maior envolvimento, e ajudam os líderes a gerenciarem as suas equipes nesse âmbito como: um engajamento maior das equipes, e uma apropriação dos processos; uma diminuição da quantidade de erros; e uma forte melhoria tanto da produtividade individual quanto da produtividade global do centro de distribuição. Da mesma forma, em vez de desconfiar dos seus fornecedores, as empresas devem implementar uma verdadeira cadeia de abastecimento, integrada e colaborativa, e implementar políticas que incentivam a melhoria contínua. Algumas práticas, já comuns na Europa e nos Estados Unidos, ainda são pouco desenvolvidas aqui como tarifas baseadas no custo real do abastecimento; bônus ou ônus em função da taxa de serviço ; e o uso de ferramenta de comunicação integrada para harmonizar os dados entre os atores da cadeia. A melhoria do relacionamento entre os fornecedores e os clientes, e a confiabilidade das entregas ao longo da cadeia de abastecimento, são pré-requisitos para o desenvolvimento de canais mais eficientes de distribuição, ainda pouco usados no Brasil, tais como o crossdocking ou o market place. As empresas têm várias alavancas de redução de custos e a capacidade de aumentar a sua competitividade. No contexto econômicoatual, a Supply Chain é um eixo de evolução estratégico para as empresas brasileiras reduzirem seus custos, aumentarem suas taxas de serviço, e conquistarem novos clientes. (*) É diretor da DIAGMA no Brasil |