Graziela Lourensoni (*)
O cultivo comercial de florestas está se transformando em uma das atividades mais lucrativas no campo.
Isso porque o país já possui 9,4 milhões de hectares de florestas plantadas, segundo números do IBGE referentes a 2014. Além disso, dados da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ) apontam que o saldo da balança comercial do setor de árvores plantadas brasileiro totalizou US$ 1,2 bilhão no primeiro bimestre de 2016, em uma alta de 35,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
Atualmente, as florestas plantadas são responsáveis por abastecer importantes cadeias produtivas da economia, como construção civil, geração de energia, produção de carvão, papel e celulose e movelaria. E, por conta dessa forte demanda pela madeira, hoje, já temos casos de produtores rurais, por exemplo, que estão substituindo o cultivo da cana-de-açúcar em áreas de encosta pelo plantio do eucalipto nos estados de Pernambuco e Alagoas. Isso porque, os custos do plantio da cana em áreas de declive são mais elevados e a substituição garante o aumento dos lucros dos produtores.
Quando avaliamos uma área de cultivo de eucalipto, os principais fatores que tornam a atividade rentável são: o valor pago pelo metro quadrado da madeira e o ciclo produtivo, pois entre cinco e sete anos o produtor já consegue fazer o primeiro manejo sustentável e a venda da madeira. E, como as árvores possuem três ciclos, ao mesmo tempo em que a madeira cortada é processada, novas desbrotas crescem em um prazo cada vez menor.
Por conta da grande demanda e da lucratividade, indústrias do segmento de papel e celulose investem na plantação de florestas em áreas próprias. Porém, o manejo geralmente é terceirizado por empreiteiros florestais, que são responsáveis por entrar com máquinas para fazer o corte e o desgalhamento das árvores para a posterior venda. Nesse ponto, temos duas formas de trabalho: nos terrenos grandes e planos, o equipamento mais indicado é o harvester, capaz de derrubar, descascar e processar as árvores; já, em áreas menores ou íngremes, a melhor forma de realizar o corte e a desbrota é com o uso de uma motosserra.
No entanto, quando falamos em motosserras, alguns pontos merecem atenção, pois a indústria de equipamentos destinados ao manejo florestal trabalha constantemente para desenvolver ferramentas de trabalho que garantam a segurança dos operários. Por isso, além dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), existem motosserras com sistemas especiais de freios, que, caso o operador faça um movimento brusco ou uma operação errada, o freio da corrente é ativado para evitar possíveis acidentes. Outra tecnologia disponível é o freio acionado de acordo com a postura, ou seja, se o operador está com punho em uma posição errada, a máquina trava a corrente e o sabre automaticamente.
Ainda destacando as tecnologias para os médios e pequenos produtores, estão disponíveis no mercado pulverizadores para fazer o controle de pragas, atomizadores destinados à aplicação de insumos e calcário para a correção de solo e roçadeiras próprias para a desbrota, o que minimiza o esforço físico no trabalho.
Como notamos, esse é um segmento que está muito bem estruturado no país, com alta lucratividade na venda do eucalipto e desenvolvimento de tecnologias para todos os perfis de produtores, e é isso que faz com que as previsões para o futuro sejam as mais positivas possíveis. A própria Indústria Brasileira de Árvores já projeta investimentos de quase R$ 53 bilhões até 2020 para ampliar as áreas de florestas plantadas no Brasil.
A tendência é que o país continue crescendo e seja uma das maiores referências em produtividade e manejo de florestas plantadas.
(*) – É gerente de produtos da Husqvarna, líder global no fornecimento de equipamentos para o manejo de áreas verdes.