O ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, se recusou a negar ou confirmar que tenha sido convidado a participar de um eventual governo comandado por Michel Temer.
Mas em palestras a investidores e analistas de mercado em Nova York ele apresentou uma agenda de ajustes econômicos, que contempla o aumento de impostos no curto prazo.
“Eu não comento conversas privadas. Tudo aquilo que é público é anunciado. Tudo que não é público, é privado”, declarou Meirelles, em entrevista depois de sua participação no Brazil Summit, evento anual organizado pela Câmara de Comércio Brasil-EUA em Nova York.
Em sua avaliação, o fundamental é a aprovação de reformas que assegurem a solvência do Estado brasileiro no futuro, o que exige mudanças tributárias, previdenciárias e a desvinculação de receitas no Orçamento. “É importante sinalizar que ao longo do tempo a dívida pública vai parar de crescer como proporção do PIB e a, partir de certo período, vai cair”, afirmou, cotado no banco de apostas como possível ocupante do Ministério da Fazenda em um governo pós-impeachment.
Além do aumento de impostos em caráter temporário, Meirelles defendeu a simplificação do sistema tributário, que teria efeito positivo sobre a arrecadação. Na medida em que as receitas se recuperassem, o Estado poderia iniciar um processo de redução da carga de impostos sobre o setor privado, observou. Na reforma previdenciária, Meirelles propôs o fim da indexação de aposentadorias ao salário mínimo (AE).