Lava Jato pode reabrir investigação sobre a morte de Celso Daniel. |
São Paulo – O irmão do prefeito de Santo André Celso Daniel, morto em janeiro de 2002, Bruno Daniel, disse em entrevista à Rádio Estadão ter esperança que a 27ª fase da Lava Jato, Carbono 14, possa lançar luz sobre as investigações do assassinato. Bruno e outros familiares de Celso Daniel defendem a tese de crime político, pelo qual o prefeito teria sido morto para evitar denúncias sobre esquemas de corrupção em financiamento de campanhas do PT e de aliados.
“A operação Lava Jato pode lançar luz sobre o que aconteceu naquela época”, afirmou Bruno. “É necessário esclarecer por que razão a direção do PT teria remetido, através de esquemas ilícitos, cerca de R$ 6 milhões ao empresário Ronan Maria Pinto, dinheiro com qual ele teria adquirido o jornal do Grande ABC mediante chantagem ao Lula, ao José Dirceu e ao Gilberto Carvalho”, complementa. Bruno Daniel acusa o PT de tentar dissuadir a família de seguir pressionando pela apuração do caso. “O partido fez tudo o que era possível e imaginável para reforçar a tese da polícia, segundo a qual o crime seria um crime comum. Isso foi feito por inúmeros estratagemas. Por que razão o PT se portou desse jeito?”, questionou.
Ele citou apenas três pessoas do PT, Hélio Bicudo – hoje um dos autores do processo de impeachment, o ex-senador Eduardo Suplicy e o então vereador em Santo André, Ricardo Alvarez, de não serem coniventes com os indícios de crime político. Bruno disse que cabe à polícia investigar, mas que ele acredita que Ronan teria informações sobre a morte de seu irmão e que obteve recursos ao chantagear dirigentes petistas para manter o silêncio. “Imagino, agora é só imaginação, pois quem deve elucidar isso é a investigação, mas imagino que ele (Ronan) tenha chantageado essas pessoas porque ele revelaria coisas relativas ao assassinato do Celso”, afirmou (AE).