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Levy: crescimento do país depende de imaginação e não de fórmulas mágicas

em Manchete Principal
terça-feira, 22 de setembro de 2015

Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no Seminário OCDE.

Brasília – O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o Brasil não pode ter a ilusão de que há formas “mágicas” ou “heterodoxas” para se chegar a um crescimento mais acelerado. Em evento promovido pela OCDE, no Itamaraty, Levy destacou que o desafio do governo não é restaurar o passado, mas sim facilitar o futuro para a população.
“É importante estarmos muito antenados com o que está acontecendo no mundo e não apenas tentar reviver o passado”, afirmou Levy. “As pessoas têm que ter confiança de que essa transição vai nos levar a uma economia mais aberta, dinâmica e vigorosa”, acrescentou. O ministro disse ainda que a economia brasileira tem que ter cada vez mais conteúdo tecnológico e que é preciso produtividade para ter crescimento sólido.
“Não podemos viver só do cartão de crédito, gastando o colchão fiscal”, reiterou. Levy ressaltou a necessidade de o Brasil ter uma agenda de crescimento e desenvolvimento que envolva alcançar o equilíbrio fiscal e uma inflação suficientemente baixa. “Estamos em meio a um processo de ajuste macroeconômico, com uma inflação que começa a convergir para a meta depois de anos de desancoragem”, acrescentou.
“Uma agenda de crescimento nem sempre se constitui de gestos fáceis. Temos que enfrentar problemas estruturais”. De acordo ele, é preciso descobrir como aproveitar a inserção de um grande número de pessoas no mercado de trabalho, vista nos últimos anos, e transformar isso em aumento de produtividade. Levy ressaltou ainda que é necessário voltar a dar foco a questões como a contratação e a qualidade de projetos de infraestrutura. “Você só tem obra dentro de orçamento se tem um orçamento e um projeto claros”, completou.
O ministro disse que gastos como a Previdência Social têm sempre que ser avaliados, ressaltando que é importante rever os objetivos dos gastos e usar os recursos de maneira eficiente. “Em muitos países, o orçamento não é feito de forma inercial. Precisamos verificar o que se obteve com o que se gastou” (AE).