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Subfertilidade feminina: o que é e como tratar

em Especial
terça-feira, 15 de setembro de 2015
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Subfertilidade feminina: o que é e como tratar

Causas comuns de subfertilidade feminina incluem desordens na ovulação, doenças nas trompas, adesões peritoneais, endometriose, anormalidades no útero e ter mais de 35 anos

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“Vale ressaltar que, mesmo que as dores sejam muito intensas, não quer dizer que a infertilidade seja mais grave. Paralelamente aos sinais, sintomas e achados no exame clínico, o padrão-ouro no diagnóstico da endometriose é a videolaparoscopia”

Como 10% dos casos de infertilidade se enquadram na determinação “sem causa aparente”, é importante que sejam analisados dados disponíveis sobre a paciente e os tratamentos por que passou anteriormente para que seja possível traçar um novo perfil de tratamento de fertilização assistida.

De acordo com Assumpto Iaconelli Junior, diretor do Fertility Medical Group, a indução da ovulação, por exemplo, é bem-sucedida em muitos casos, menos quando a paciente sofre de falência ovariana. Já a cirurgia é uma opção para pacientes com danos nas trompas, aderências, endometriose e anormalidades uterinas. Quando a infertilidade está relacionada à idade – inclusive quando outros tratamentos não foram bem-sucedidos – a doação de óvulos se mostra o método mais eficaz disponível até agora. “Casais com infertilidade sem causa aparente podem ser tratados de forma eficiente com indução da ovulação mais inseminação intrauterina ou fertilização in vitro”.

O especialista afirma que, isoladamente, a endometriose afeta entre 10% e 15% das mulheres em idade reprodutiva (25 a 35 anos). Trata-se da presença de tecido endometrial fora do útero, podendo se localizar na pelve ou em qualquer outra parte do corpo, além de induzir uma reação inflamatória crônica e muito dolorida. Considerada doença imunológica, a doença é um dos principais motivos da subfertilidade. “Os mecanismos que explicam a infertilidade em pacientes com endometriose dependem da fase em que a doença se encontra. Quando mínima ou leve, a endometriose pode prejudicar a função ovariana, peritoneal, tubas uterinas e endométrio, levando a uma fertilização ou implantação defeituosas”.

fertilidade temproarioJá as formas mais graves da doença podem provocar infertilidade ou redução nas taxas de gravidez. “Vale ressaltar que, mesmo que as dores sejam muito intensas, não quer dizer que a infertilidade seja mais grave. Paralelamente aos sinais, sintomas e achados no exame clínico, o padrão-ouro no diagnóstico da endometriose é a videolaparoscopia. Além de promover uma avaliação minuciosa das mais variadas lesões, aderências e teste de permeabilidade tubária, nos permite estadiar a doença, fazer biópsia de lesões e tratá-las cirurgicamente”, diz o médico. “É importante afirmar que a fertilização in vitro é a primeira opção para pacientes com endometriose moderada ou grave que queiram engravidar”.

A idade da paciente é outro fator muito importante. Iaconelli explica que os óvulos envelhecem e a reserva ovariana vai diminuindo rapidamente depois dos 30 ou 35 anos. Daí a importância de, além de não adiar muito os planos de gravidez, a paciente buscar ajuda especializada para avaliar bem sua reserva ovariana, principalmente quando fatores hereditários apontam para a menopausa precoce.

“A identificação de pacientes com reserva ovariana reduzida permite individualizar e fazer melhor escolha do protocolo de tratamento. Atualmente, a dosagem do hormônio antimulleriano (AMH) tem se mostrado o melhor fator isolado para analisar a reserva ovariana. Além da idade da paciente, vale ressaltar que outros parâmetros devem ser levados em conta, como a dosagem do hormônio folículo estimulante (FSH), entre outros. Por fim, vale dizer que alguns fatores externos contribuem muito para o declínio da fertilidade, como o fumo, o uso de drogas recreativas e álcool em excesso”.

Por fim, Iaconelli afirma que, em casos raros, algumas mulheres desenvolvem alergia às proteínas presentes no sêmen do parceiro. Sendo assim, a ejaculação durante o ato sexual se transforma numa experiência ruim, provocando vermelhidão, ardência e inchaço. “Nada que o uso de preservativos não consiga resolver. Por outro lado, trata-se de um problema de grandes proporções para quem deseja ter um bebê. Quando há sensibilidade aumentada e a reação alérgica é severa, a inseminação intrauterina pode ser eficiente. Mas, para dar certo, é importante que a maior parte das proteínas presentes no sêmen sejam eliminadas antes do procedimento”.

Fonte: Dr. Assumpto Iaconelli Junior, médico ginecologista e obstetra, especializado em Medicina Reprodutiva, diretor do Fertility Medical Group (www.fertility.com.br).

 

Infertilidade ou esterilidade? Qual a diferença?

fert2-300x159 temproarioO sonho de ter filhos está no imaginário de grande parte dos casais. Infelizmente, muitos enfrentam, mês a mês, a frustração de não ter o desejo realizado. O insucesso nesse cenário pode ter como causa a esterilidade ou a infertilidade do casal ou de um dos cônjuges. Portanto, quando se chega a esse impasse, é importante identificar a causa, a fim de definir quais os caminhos a serem perseguidos até que o bebê possa ser concebido ou não.

Segundo o Dr. Renato de Oliveira, ginecologista responsável pela área de reprodução humana na Criogênesis a infertilidade e esterilidade são conceitos que podem ser diferenciados por alguns autores. “Tecnicamente, a infertilidade é resultado de uma disfunção dos órgãos reprodutores, dos gametas ou do concepto. Já a esterilidade é a impossibilidade que tem o homem ou a mulher de produzir gametas (óvulos e espermatozoide) ou zigotos (resultado da fusão entre óvulos e espermatozoides) viáveis”.

“Assim, podemos dizer que um casal é infértil quando há diminuição das chances da gravidez, que podem ser contornadas por medidas médicas, e que é estéril quando há incapacidade de gerar filhos”, explica. No entanto, o especialista ressalta que, na prática, é muito difícil diferenciar, fator que contribui para o uso do termo infertilidade: “em 10% dos casais não identificamos uma causa aparente, fato que dificulta interpretar se a dificuldade em engravidar é uma limitação da mulher ou a falta de recursos existentes pra evidenciar alterações genéticas ou imunológicas, por exemplo, que poderiam atrapalhar na obtenção de uma gravidez”.

Ainda de acordo com o médico, mulheres com até 35 anos, desde que não possuam uma causa evidente de infertilidade, podem esperar com tentativas frequentes sem o uso de métodos anticoncepcionais, até 12 meses para a obtenção de uma gravidez. “Estatisticamente, a infertilidade decorre em 30% dos casos de fatores masculinos, 30% de fatores femininos (tubo-peritoneal, 35%, e ovulatório, 30%), 30% em ambos e 10% sem causa aparente”, alerta.
O diagnóstico deve ser feito por meio de uma pesquisa básica sobre fertilidade e sempre envolve o casal desde o início. Alguns exames ajudam a diagnosticar as causas da infertilidade. Confira abaixo:

  • Ultrassonografia transvaginal;
  • Histerossalpingografia: exame radiológico contrastado, que avalia uma possível obstrução das tubas uterinas;
  • Histeroscopia: exame que permite uma visualização direta da cavidade uterina
  • Espermograma: visa conhecer um dos fatores masculinos, avaliando os graus de concentração, vitalidade e morfologia dos espermatozoides.
  • Avaliação hormonal em dias corretos.

Fonte e mais informações: (www.criogenesis.com.br).

 

Gestantes devem cuidar mais da visão, alerta especialista

gestante temproarioQue a gravidez provoca inúmeras mudanças na mulher, ninguém discute. Mas o que muita gente desconhece é que as gestantes podem sofrer distúrbios temporários ou permanentes na visão. A sensibilidade da córnea, por exemplo, costuma diminuir principalmente nos últimos três meses – voltando ao normal pouco tempo depois de o bebê nascer. Também pode ocorrer o seu espessamento, bem como um aumento de curvatura e inclinação. Neste caso, há prejuízo da visão e pode resultar na falta de acomodação das lentes de contato. Em alguns casos, o problema persiste inclusive durante o aleitamento materno e depois.
De acordo com o médico oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, há quatro problemas oculares mais comuns durante a gravidez: 1. Olho seco; 2. Visão embaçada; 3. Desdobramentos da pré-eclâmpsia; 4. Desdobramentos do diabetes gestacional. “Durante a gravidez, a gestante pode perceber que os olhos estão mais secos que o normal ou sentir muito desconforto ao usar lentes de contato. A síndrome do olho seco, nesse caso, ainda pode provocar intensa irritação nos olhos”, diz o médico, indicando o uso de lágrimas artificiais específicas para lubrificar os olhos durante os nove meses.
O especialista aponta a retenção de líquidos como um problema comum durante a gravidez, associando-a a uma alteração na espessura e no formato da córnea. “Mínimas mudanças desse tipo são suficientes para resultar em visão distorcida ou embaçada, sem foco. Apesar do desconforto, não é preciso se alarmar. O problema costuma ser transitório. Caso a gestante sinta uma mudança relevante na visão, poderá recorrer a lentes apropriadas para esse período, lembrando que as cirurgias corretivas devem ser adiadas para depois de o bebê nascer, já que haverá uma acomodação natural do grau no período pós-parto”.
A pré-eclâmpsia, hipertensão arterial específica da gravidez que pode ocorrer a partir da 20ª semana, é outro problema importante e que merece toda atenção. Os sinais podem ser identificados através dos olhos em até 8% das gestantes, sendo provável que a paciente se queixe de perda temporária de visão, maior sensibilidade à luz, visão embaçada ou com formação de halos ou flashes. “Na presença desses sintomas, principalmente se a paciente tiver histórico de hipertensão, o médico responsável pelo pré-natal deverá ser imediatamente comunicado, já que essa condição progride rapidamente e pode resultar em sangramento ou outras complicações”.
O diabetes gestacional também costuma apresentar desdobramentos que são considerados graves quando não controlados a tempo. “Altas taxas de açúcar no sangue, quando associadas ao diabetes, podem danificar pequenos vasos sanguíneos que alimentam a retina. O risco, inclusive, aumenta ao longo da gravidez. Por esse motivo, quer a gestante seja diabética, quer tenha adquirido diabetes gestacional, sua visão poderá apresentar problemas relacionados a nitidez e foco”. Conhecendo os riscos apresentados, Neves afirma que é muito importante contar com um acompanhamento oftalmológico durante os nove meses de gravidez, ainda que a gestante mantenha os níveis de açúcar no sangue dentro de parâmetros aceitáveis.

Fonte: Prof. Dr. Renato Neves, médico oftalmologista e diretor do Eye Care Hospital de Olhos (www.eyecare.com.br).