Presidente da Fiesp, Paulo Skaf, fala à imprensa depois de audiência com o presidente do Senado. |
Liderados pelo presidente da Fiesp, Paulo Sakf, representantes de mais de 40 entidades empresariais de diversos setores começaram ontem (18), em Brasília, uma cruzada em defesa de uma proposta alternativa ao projeto que trata da desoneração das empresas, que receberam benefícios fiscais sobre a folha de pagamento no ano passado. A mudança significa reduzir a renúncia fiscal concedida pelo governo a alguns setores produtivos.
O texto aprovado na Câmara eleva em mais de 100% a taxação para a maioria dos setores beneficiados com a desoneração da folha de pagamento, mas abre exceções para os setores de massas, pães, peixes, aves e suínos. No caso dos transportes, comunicação, call centers, calçados e confecção, o aumento foi de 50% na tributação.
Contrários a essa proposta, os empresários defendem reajuste linear para todos.
“O que nós queremos, e o que é mais justo, é o aumento linear. Estamos aceitando a ideia. Entendemos que há necessidade de fechar esse ajuste fiscal. Estamos compreendendo, apesar de todas as dificuldades, a necessidade de aceitar algum aumento, mas queremos de forma linear”, afirmou Skaf, após reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros.
Os empresários, que também estiveram ontem com o articulador político do governo, o vice-presidente da República, Michel Temer, não garantem que a medida solucionará a crise econômica ou que não haverá demissões, mas dizem que, se a proposta não for linear, o cenário poderá piorar.
“Estamos em um ano de previsão de fechamento de mais de 1 milhão de vagas até o fim do ano. Não podemos fazer nada que venha piorar isso. A questão da reoneração da folha de pagamento, ou seja, tributos sobre a folha de pagamento, tributos sobre o faturamento das empresas é um convite a aumentar o desemprego”, disse o presidente da Fiesp (ABr).