Gula e gula

em Beth Navarro
terça-feira, 09 de dezembro de 2014
beth navarro

Final de ano chegando… que tal falarmos um pouco sobre GULA?

Vamos por partes: existe gula e GULA.

Quando comemos por gula e não por fome, via de regra comemos demais. Ficamos com uma sensação de fastio, estomago intumescido, ventre inchado, a famosa “barriga dura”.

Quem já não passou por isso, atire a primeira pedra… se conseguir levantar a mão de tão pesada que está sua barriga!
Cometer esse excesso lá uma vez ou outra… que seja… é perfeitamente normal. Garanto que acontece com todo mundo.
Agora então, com a proximidade das festas de final de ano…
Ah, uma observação: a gula não é considerada um excesso universalmente; dependendo da cultura, ela pode ser vista como um sinal de status. Qualquer coisa é só mudar de país…

GULA mesmo, a autêntica, a qual me refiro aqui ou em qualquer lugar no mapa, é aquela atitude de quem não consegue recusar qualquer alimento a qualquer hora, estando ou não com fome. Nem precisa ser em grandes quantidades; aqui o que importa é a freqüência e a avidez com que se come.
Por trás dessa “fome” sem fim e intermitente, nota-se um desejo insaciável, além do necessário. Por mais que coma não se sente satisfeito.

Neste caso já percebemos o erro do alvo: a fome que temos não é de comida física, concreta, não é de alimento biológico. Portanto, o alvo não é alimentar-se. Então qual é o alvo certo?
Em psicologia nosso apetite físico é visto simbolicamente como uma analogia de nosso apetite emocional, ou seja, de nossa habilidade em controlar nossas emoções, de nossa capacidade de entrar em contato e saber o que fazer com elas.

beth navarro

Beth Navarro
Psicóloga, com especialização em Ps. Transpessoal e Pós Graduação em Constelação familiar.Coaching – Mentoring – Workshops: Orientação Individual e em Grupo

Quando sucumbimos a GULA, certamente estamos querendo preencher algum espaço vazio em nós, mas posso garantir que não é o do estomago.

Se estamos insatisfeitos, tristes, irritados, magoados, com raiva, irados, “de saco cheio” devemos ter paciência conosco e com muito carinho procurarmos os motivos que temos para nos sentirmos assim.

Garanto que a resposta não está nem na despensa, nem na geladeira, muito menos no freezer. Sequer num bom restaurante.

A resposta está na dor que estamos sentindo frente ao que nos aconteceu.

Se não olharmos para ela não haverá bolinho de chuva, nem lasanha, nem sorvete que dê jeito.

Seu chefe ou colega de trabalho disse ou fez algo que você não gostou? Pense porque você se magoou com o que houve.

Converse a respeito. Diga o que está sentindo. Ouça a resposta do outro. Chore, argumente, discuta, mas fale a respeito. Não preencha a boca com chocolates, balas, doces, para assim “adoçar” sua dor.

Não devemos deixar nossos apetites nos controlar, mas devemos ter controle sobre nossos apetites.

Sempre que bater aquela fome, aquela GULA, pergunte-se:

Do que estou sentindo fome?

O que está faltando?

Que vazio é esse?

Vazio do que?

Vá atrás do que precisa para vivenciar suas emoções com plenitude. Sem disfarce, sem enganação.

Boas festas de final de ano.

Dê liberdade para sua gula, mas não perca sua GULA de vista.
Até.

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Rebeca Toyama

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Coordenação: Lilian Mancuso e Rebeca Toyama