O motorista que se suicidou ao explodir um Tesla Cybertruck no dia de Ano Novo, usou o ChatGPT para planejar a ação.
Vivaldo José Breternitz (*)
O fato ocorreu em frente ao Trump International Hotel em Las Vegas; o suicida era um sargento do exército americano de 37 anos, Matthew Livelsberger.
Segundo a polícia, Livelsberger fez ao ChatGPT uma série de perguntas sobre armas, como obter os explosivos e qual sua a eficácia, bem como sobre detonadores. Ainda conforme a polícia, sem o ChatGPT, a explosão poderia não ter sido tão devastadora como foi.
Segundo o Xerife Kevin McMahill, “este é o primeiro incidente que conheço em solo americano onde o ChatGPT foi utilizado para ajudar um indivíduo a construir um dispositivo específico – é, sem dúvida, um momento preocupante para nós.”
McMahill também declarou não estar ciente de qualquer monitoramento ou supervisão governamental que pudesse ter ligado sinais de alerta em função das mais de 17 perguntas feitas por Livelsberger ao ChatGPT, todas relacionadas à obtenção e detonação de explosivos e armas de fogo e submetidas dentro de um período de uma hora.
Embora informações completas sobre os comandos submetidos ao ChatGPT ainda não tenham sido divulgadas pela polícia de Las Vegas, os comandos exibidos na coletiva de imprensa dada pelo Xerife eram diretos e escritos em inglês simples, sem o uso de termos comumente usados para “driblar” o sistema de detecção de conteúdo do ChatGPT.
Como quase toda tecnologia, a inteligência artificial generativa pode ser utilizada para o bem e para o mal…
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].