Izabela Rücker Curi (*)
A governança corporativa é essencial para garantir uma gestão mais ética e eficiente tanto de grandes quanto de pequenas empresas. Ela é baseada em um conjunto de princípios, denominados 8 Ps, que quando adotados são capazes de minimizar riscos e aumentar a confiabilidade da organização tanto entre investidores quanto entre outros stakeholders.
Os princípios, essenciais para corporações que buscam robustez em suas estruturas e responsabilidade corporativa, ajudam a desenvolver uma gestão mais transparente, garantindo alinhamento de interesses e também sustentabilidade. Eles têm como foco a criação de valor a médio e longo prazo. São eles:
1) Propósito – Estabelece, de forma clara, a razão de existir de uma empresa, orientando estratégias e ações para que estas estejm alinhadas com os principais objetivos da organização. Contribui para que as atividades desenvolvidas gerem impacto positivo tanto para acionistas e clientes quanto para a sociedade como um todo.
2) Pessoas – Está ligado à escolha certa de administradores, diretores, colaboradores e stakeholders externos. As pessoas que compõem o capital humano da empresa devem ter valores alinhados aos princípios da mesma. Precisam ser, ao mesmo tempo, competentes, confiáveis e comprometidas.
3) Performance – Avalia de forma constante o desempenho da empresa no que diz respeito às metas estabelecidas. O monitoramento da performance garante progresso na direção certa e a realização precoce de ajustes caso sejam identificados possíveis desvios.
4) Perpetuidade – Aqui, o foco está na continuidade e na sustentabilidade da empresa no futuro. A perpetuidade busca manter a empresa ativa e competitiva a longo prazo, de olho nas próximas gerações.
5) Princípios: Sustentam a integridade da cultura organizacional, onde todos os seus integrantes se mostram respeitosos em relação a normas de conduta. Os princípios são os valores da organização, que orientam todos os procedimentos e tomadas de decisões.
6) Processos – Adoção de métodos transparentes e eficazes que permitam controle e monitoramento das atividades da corporação, além de que sejam tomadas decisões mais assertivas. A definição de processos contribui com a eficiência, facilitando e potencializando a performance.
7) Papéis – Os papéis e responsabilidades de cada integrante da empresa devem ser muito bem definidos, para que cada um possa cumprir facilmente com suas funções e responder por seus atos, principalmente no que diz respeito a conselheiros, diretores e gestores. Isto minimiza conflitos e faz com que a gestão se torne mais organizada.
8) Propriedade/Patrimônio – Avalia os ativos da empresa, tanto no que diz respeito a suas estruturas quanto ao seu regime legal de constituição. Permite que exista harmonia entre os acionistas e facilita processos de sucessão.
(*) – É advogada, sócia fundadora do Rücker Curi – Advocacia e Consultoria Jurídica (https://www.curi.adv.br/).