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Inteligência Artificial Generativa: importante na vida, nas artes e no mundo

em Manchete Principal
quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Luciana Miranda (*)

Atualmente, uma Buzzword que qualquer pessoa sabe e usa é Inteligência Artificial (IA): ela tomou conta das rodas de conversas, das operações das empresas e não é apenas uma passagem, ela veio para ficar.

A IA possui alguns modelos e o termo do momento é Inteligência Artificial Generativa (IAG), que é capaz de aprender com todas as “pegadas” que deixamos pela internet para gerar informações e, a partir daí, gerar respostas para perguntas que fazemos por meio de comandos que são chamados de prompt.

Mas o que fez esse “boom” acontecer para uma tecnologia que já não é nova? Ela se aproximou do uso comum e ficou mais simples. Isso porque a IAG é uma tecnologia que pode gerar novos conteúdos, como texto, imagens e música, por ser “treinada” em um conjunto de dados.

É importante lembrar que a IAG é uma ferramenta e, como qualquer ferramenta, pode ser usada para o bem ou não. É nosso papel garantir que seja usada de forma responsável e que a sociedade seja protegida do mal uso dessa tecnologia.

Eu gosto muito de salientar que O HUMANO é essencial em toda essa jornada ao determinar o perfil criativo, informativo e útil. É o humano que garante o uso da IAG para o bem e não para o mal. Essa é nossa maior tarefa frente a esse futuro. Vou destacar a seguir exemplos da “IAG do bem”.

  • Uso diário – No dia a dia, usamos mapas com rotas e planilhas que nos ajudam a criar fórmulas sem precisar ser especialistas. Outros exemplos de como as pessoas estão utilizando a IAG positivamente são:
  • Conteúdo criativo – pode gerar poemas, histórias e peças musicais. O OpenAI criou o modelo de linguagem GPT-3 que pode gerar texto de qualidade humana em resposta a uma ampla gama de perguntas.
  • Tradução – pode traduzir idiomas. O Google Translate usa IA para traduzir mais de 100 idiomas.
  • Escrita – pode escrever diferentes tipos de conteúdo, como artigos e e-mails, com correção. O Grammarly usa IA para verificar erros gramaticais e ortográficos em textos escritos por humanos.
  • Respostas – pode responder a perguntas de forma informativa. A Siri e o Google Assistant usam IA para responder a perguntas sobre uma ampla gama de tópicos.
  • Uso em marketing – A IAG também está presente no marketing, principalmente nas ações de internet e das redes sociais, tais como relevância de conteúdo (analisando padrões de navegação e interações) e experiência de usuário (engajá-lo ao personalizar o conteúdo e os anúncios).
  • Uso em educação – Na educação, a IAG possibilita aumentar o interesse dos alunos por meio de:
  • Aprendizagem personalizada e adaptativa – analisa, em tempo real, o progresso e as necessidades dos alunos, ajustando suas experiências com base em dificuldades e facilidades de aprendizado.
  • Gamificação – pode adicionar recursos de gamificação e tornar a aprendizagem mais atraente para os alunos.
  • Tutores virtuais – pode criar tutores virtuais com atenção individualizada que ajuda os alunos com suas tarefas.
  • Uso na arte e na música – Um campo de aplicação interessante da IAG é a criação de arte e música a partir de uma base de dados e estilos artísticos. As Redes Neurais Generativas Adversariais (GANs) e as Redes Neurais Autoencoder Variacional (VAEs) são tecnologias usadas para esse propósito. Artistas como John Whitney (animador computacional), Vera Molnar (artista computacional), SKYGGE (músico), Refik Anadol (designer), Mario Klingemann (artista computacional) e Robbie Barrat (designer) exploraram a IAG em suas obras.

No entanto, essa situação proporciona questões de propriedade intelectual. Em primeiro lugar, o conceito de autoria se torna nebuloso quando se trata de obras de arte geradas por IAG. Quem deve receber o crédito? Seria o programador, a máquina ou o usuário que forneceu os parâmetros iniciais para a criação da obra? Essas questões ainda não possuem respostas definitivas.

No Brasil, há uma discussão importante do uso de imagens de artistas que já morreram em propagandas, como o caso da Elis Regina na propaganda da Volkswagen: o Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (CONAR) entrou com uma representação ética contra a propaganda por queixas de consumidores sobre respeitabilidade e sobre ficção x realidade.

  • IAG e o Futuro – Por tudo isso, a IAG está redefinindo as fronteiras e indicando um futuro em que será parte integrante de quase todos os aspectos de nossas vidas. A capacidade de inovação a partir da IAG está democratizando a criatividade. À medida que a IAG se torna mais presente, a necessidade de consciência e educação digital também aumenta. Entender como esses sistemas funcionam e como podem ser usados é um componente essencial para navegar com segurança.

É fundamental que sejam desenvolvidas políticas e regulamentações adequadas para garantir que a IAG seja utilizada de maneira correta: as questões sobre privacidade de dados, segurança, equidade e responsabilidade precisam ser abordadas para garantir que a IAG seja usada de maneira que beneficie a todos, sem aumentar as desigualdades ou prejudicar os direitos individuais.

Enquanto nos preparamos para acolher a IAG em nosso futuro, devemos também nos esforçar para moldar esse futuro de uma forma que respeite os valores humanos e promova o bem comum.

(*) – É VP e CMO da AP Digital Services (https://www.apdigitalservices.com.br/).