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Internalizar ou terceirizar o desenvolvimento de software?

em Destaques
sexta-feira, 07 de junho de 2024

A terceirização para desenvolvimento de software é uma estratégia viável para companhias que buscam ampliar a capacidade de desenvolvimento de produtos, acelerar o time-to-market ou ganhar acesso a novas competências. Mesmo assim, essa é uma escolha importante, e tendo isso em vista, João Zanocelo, Head de Produto e cofundador da BossaBox, startup que aloca e gere profissionais de tecnologia para empresas e scale-ups, apresenta oito itens que devem ser considerados para essa tomada de decisão.

De acordo com dados disponíveis no Statista, a receita no mercado de terceirização de TI deve atingir US$ 541,10 bilhões em 2024. Espera-se que ela apresente uma taxa de crescimento anual (CAGR 2024-2029) de 8,48%, resultando em um volume de US$ 812,70 bilhões até 2029. Devido à ausência de critérios bem definidos para orientar a decisão, optar entre terceirização ou utilizar recursos internos precisa ser estudado. Veja alguns insights do especialista que podem ser levados em conta:

  1. – Alinhamento estratégico x acesso a talentos especializados – Utilizar equipes internas pode ser considerado vantajoso quando um projeto é central para os objetivos da empresa, pois isso favorece o desenvolvimento de habilidades essenciais para o futuro da organização. Todavia, manter o conhecimento dentro da companhia reduz os riscos relacionados à rotatividade de pessoas. Uma desvantagem é a possível falta de acesso a talentos e habilidades especializadas, que podem ser escassos ou caros para a instituição.

“O acesso a profissionais com habilidades específicas pode acelerar projetos e trazer inovação. No entanto, o equilíbrio entre esses dois elementos é fundamental. Um alinhamento estratégico sólido garante também que os pessoas especializadas não apenas executem tarefas, mas também contribuam para os objetivos mais amplos da organização.”, esclarece João.

  1. – Controle e transparência de custos x flexibilidade na alocação de recursos ou custos fixos menores – Em certas situações envolvendo terceiros, os custos podem ser pouco claros, mas o desenvolvimento interno proporciona mais controle e visibilidade sobre as despesas relacionadas ao projeto. Por outro lado, o modelo outsourcing se destaca pela facilidade de aumentar ou diminuir os investimentos conforme as demandas do projeto ou da organização. Além disso, a terceirização geralmente apresenta custos fixos mais baixos.
  2. – Integração organizacional x capacidade de produção – Uma equipe interna simplifica a comunicação e a colaboração entre diversos setores, promovendo uma integração mais eficiente. Quando se trabalha com empresas especializadas em terceirização, há uma maior capacidade produtiva, focando exclusivamente no projeto, o que permite acelerar a entrega.

“Neste caso é importante que os gestores entendam qual o ponto é mais importante no atual momento e o timing das coisas para validar o que agregará mais de acordo com o objetivo final. como vemos também no próximo tópico”, pontua Zanocelo.

  1. – Seleção de talentos x agilidade na contratação – Desenvolver talentos internamente possibilita uma seleção mais precisa de profissionais que correspondam às demandas específicas da empresa. Por outro lado, a terceirização pode trazer mais agilidade e eficiência na mobilização de recursos, reduzindo os atrasos que frequentemente ocorrem nos processos de contratação interna.
  2. – Engajamento x flexibilidade do time – Equipes internas geralmente demonstram um maior senso de responsabilidade pelo projeto e afinidade com os objetivos da empresa. Todavia, a contratação de profissionais externos oferece flexibilidade para adaptar a equipe às necessidades do momento, tornando mais fácil aumentar ou diminuir o número de integrantes conforme a demanda.
  3. – Gestão de qualidade x diversidade de perspectivas – A administração interna de uma companhia permite implementação mais direta e controle mais rígido dos padrões de qualidade estabelecidos pela própria organização. Esse tipo de gestão facilita a definição clara de metas e critérios de desempenho, bem como o monitoramento constante para garantir que esses padrões sejam cumpridos.

Por outro lado, ao optar pelo outsourcing, a empresa tem a oportunidade de trazer novas ideias e abordagens que podem ser mais inovadoras do que as práticas atuais. Os parceiros externos podem oferecer perspectivas diferentes, baseadas em suas próprias experiências e conhecimentos, o que pode resultar em uma visão mais abrangente e inovadora, proporcionando melhorias significativas na qualidade e na eficiência.

“De maneira resumida podemos dizer que, enquanto a gestão interna privilegia a estabilidade e o controle, o outsourcing abre caminho para a inovação e o enriquecimento das práticas da organização”, pondera o Head de Produto.

  1. – Controle sobre propriedade intelectual x gestão de incidentes de segurança – O desenvolvimento interno permite manter um monitoramento mais rígido sobre a propriedade intelectual e garantir uma segurança de dados mais robusta. Essa abordagem proporciona maior confiança, pois todo o processo ocorre dentro da organização, reduzindo o risco de exposições ou vazamentos.

Por outro lado, contar com um time externo pode trazer vantagens em termos de rapidez na resposta a incidentes. Eles podem lidar com problemas emergentes sem desviar a atenção do desenvolvimento de novos recursos e produtos.

  1. – Alinhamento cultural e comunicacional x diversidade de ideias e abordagens – Investir no desenvolvimento interno das equipes promove a congruência cultural facilitando a comunicação entre os colaboradores. Isso ocorre porque todos estão imersos no mesmo ambiente e compartilham valores e experiências semelhantes, tornando mais fácil a transmissão de informações e a colaboração.

Por outro lado, a terceirização é uma fonte rica de diversidade, trazendo novas perspectivas e abordagens inovadoras que podem beneficiar a empresa como um todo.

“É fundamental ressaltar que a decisão entre terceirizar ou desenvolver internamente deve ser estratégica, ou seja, bem pensada, considerando cuidadosamente todos os aspectos para alinhar as necessidades da instituição, do projeto e os recursos disponíveis”, finaliza o cofundador da BossaBox. – Fonte e mais informações: (https://bossabox.com/).