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Autopilot da Tesla pode ser responsável por 13 acidentes fatais

em Tecnologia
quinta-feira, 02 de maio de 2024

A National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), órgão do governo americano responsável pela segurança no trânsito, divulgou os resultados de uma investigação que promoveu sobre o Autopilot da Tesla, o sistema de direção autônoma que equipa carros da marca.

Vivaldo José Breternitz (*)

A investigação identificou 13 acidentes com veículos Tesla que causaram uma ou mais mortes, e muitos outros envolvendo ferimentos graves, concluindo que o software do Autopilot não tem recursos suficientes para prevenir seu uso de forma indevida, o que aumenta o risco de acidentes.

A NHTSA também levantou preocupações no sentido de que o nome Autopilot “possa levar os motoristas a acreditar que a automação tem capacidades maiores do que realmente tem e incentivar os motoristas a confiar excessivamente no sistema”, o que considera uma “falha crítica de segurança”.

A Tesla disse em dezembro que seu maior recall de todos os tempos, cobrindo cerca de dois milhões de veículos nos Estados Unidos que tem o Autopilot instalado, praticamente todos os que rodam naquele país, visava impedir que os motoristas usassem o software de maneira incorreta.

Em fevereiro, a Consumer Reports, uma organização sem fins lucrativos que avalia produtos e serviços, disse que seus testes, feitos após o recall do Autopilot, descobriram que as mudanças não abordaram adequadamente muitos aspectos de segurança levantados pela NHTSA e pediu à agência que exigisse que a montadora tomasse “medidas mais fortes”, dizendo que o recall da Tesla “abordou inconvenientes menores em vez de consertar os problemas reais”.

Mas a Tesla não está sozinha: a NHTSA vem investigando também a Ford, por problemas semelhantes derivados do uso de seu sistema BlueCruise, que embora exija muito mais atenção do motorista que o da Tesla, consequentemente reduzindo as probabilidades de acidentes, tem registros de acidentes fatais que teriam sido causados pelo seu mau uso.

Em função desses fatos, parece claro que o uso de veículos autônomos ainda está longe de se transformar em algo rotineiro.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].