André Di Francesco afirma que o ciclo inflacionário que se iniciou em 2020 está se encaminhando para um desfecho diferente
O cenário econômico brasileiro continua a ser objeto de atenção e análise, especialmente no que diz respeito à taxa Selic e suas projeções. À medida que o país enfrenta desafios econômicos e incertezas, especialistas buscam entender o futuro da taxa de juros e suas implicações.
André Di Francesco, advogado mestre em economia e autor de um artigo sobre o tema, argumenta que o ciclo inflacionário que se iniciou no Brasil em 2020 está se encaminhando para um desfecho diferente dos ciclos anteriores. Ele acredita que existe uma razão para considerar que a Selic possa permanecer em 11,75% até o final de 2023 e, eventualmente, cair para 8,5% até o final de 2024.
Di Francesco destaca que esse encerramento do ciclo inflacionário será único, uma vez que é improvável que as taxas de juros para empréstimos retornem aos níveis extremamente baixos observados antes da pandemia de Covid-19 em 2020. Ele ressalta que um fator importante para essa perspectiva é o comportamento de gastos continuados das pessoas, o qual pode impactar a velocidade da redução da Selic.
Enquanto isso, o Boletim Focus do Banco Central reporta que a expectativa para a taxa Selic no final de 2023 permanece estável em 11,75% ao ano pela oitava semana consecutiva. Essa projeção está alinhada com a recente sinalização do Comitê de Política Monetária (Copom), que indica um corte gradual de 0,50 ponto percentual como a estratégia mais adequada para as próximas reuniões. O Copom, por sua vez, tem apenas mais duas reuniões programadas para este ano, agendadas para novembro e dezembro, antes de finalizar sua decisão sobre a taxa Selic. Quanto ao encerramento de 2024, a estimativa mediana permanece inalterada em 9,00%, uma perspectiva que se mantém estável ao longo do último mês.