A maioria das pessoas, utilizando ferramentas como o Google Maps e Waze, já foi encaminhada por esses aplicativos para locais ermos, favelas ou becos sem saída, passando por situações de stress até conseguirem chegar ao seu destino.
Vivaldo José Breternitz (*)
Agora, a família de um homem da Carolina do Norte que morreu ao tentar cruzar uma ponte que havia desabado, está processando o Google por negligência, dizendo que o aplicativo da empresa é responsável por orientá-lo a cruzar a ponte, que havia desabado há nove anos.
John Paxson, de 47 anos, estava voltando para casa na noite chuvosa de 30 de setembro de 2022, seguindo o trajeto recomendado pelo Google Maps, quando sua caminhonete caiu da ponte e ele se afogou – Paxson residia na área há pouco tempo e não estava familiarizado com as estradas locais.
Nos anos que antecederam o acidente, várias pessoas contataram o Google sobre a ponte, pedindo à empresa que atualizasse o Maps, informou a agência de notícias Associated Press. Segundo a família, a empresa confirmou ter recebido pelo menos dois desses avisos, tendo respondido que iria verificar a situação, mas sem tomar nenhuma providência para atualizar seu aplicativo.
Em comunicado enviado ao portal Business Insider, que noticiou o fato, o porta-voz do Google, José Castañeda, disse, de forma burocrática e sem nenhuma empatia: “Apresentamos as mais profundas condolências à família Paxson. Nosso objetivo é fornecer informações precisas sobre rotas no Maps e estamos analisando o processo”.
Tecnologia ajuda, mas confiança cega é perigosa.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.
