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O crime compensa?

em Tecnologia
terça-feira, 05 de setembro de 2023

Parece que não é apenas no Brasil que o crime compensa: pelos números apresentados pela Bitkom, uma entidade que reune empresas alemãs que atuam no mundo digital, naquele país, ao menos nessa área, o crime também compensa

Vivaldo José Breternitz (*)

Em 2023, organizações alemãs sofrerão prejuízos da ordem de 206 bilhões de euros em função de roubo de hardware e dados, sabotagem e espionagem no ambiente digital.

Este será o terceiro ano consecutivo em que esses prejuízos superarão os 200 bilhões de euros, disse a entidade. Seu presidente, Ralf Wintergerst, afirmou que a economia alemã é um alvo muito atraente para criminosos comuns e ataques de estados hostis, sendo as fronteiras entre esses grupos pouco claras.

A Bitkom ouviu cerca de mil empresas para chegar a esses números, três quartos das quais sofreram ataques digitais nos últimos doze meses, contra 84% no mesmo período do ano anterior, sendo a queda, segundo Wintergerst, um sinal positivo que indica que as medidas de proteção, que vem sendo tomadas, estão surtindo efeito.

Ainda segundo a pesquisa, 52% das empresas atacadas responderam “sim”, quando questionadas se “os ataques cibernéticos ameaçam a existência do seu negócio”. Há um ano esse número era de 45% e há dois anos era de 9%, o que pode indicar um aumento da gravidade dos ataques ou do nível de consciência acerca dos riscos que as empresas estão correndo.

Das empresas que sofreram ataques, 70% tiveram dados sensíveis roubados – um aumento de 7% em relação ao ano anterior. Em termos de espionagem, especialmente pela interceptação de comunicações, 61% das empresas foram atingidas.
Essas informações reforçam a necessidade de cuidados cada vez mais intensos com relação à segurança cibernética, pois os bandidos estão sempre um passo à frente, embora quanto à segurança valha o dito latino” sunt facta verbis difficiliora” – é mais fácil falar do que fazer…

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.