O CEO da Octopus Energy, distribuidora de energia elétrica com sede no Reino Unido, diz que a inteligência artificial está fazendo o trabalho de 250 pessoas na empresa.
Vivaldo José Breternitz (*)
Falando ao jornal The Times, de Londres, Greg Jackson disse que a Octopus vem experimentando IA há vários meses, tendo a tecnologia sido incorporada aos sistemas da empresa e passado a responder a e-mails recebidos de clientes desde fevereiro.
Agora, a AI está respondendo a mais de um terço dos e-mails dos clientes, trabalho que era feito por cerca de 250 pessoas.
A empresa mede o grau de satisfação dos clientes atendidos por esse canal e disse que 80% dos que receberam mensagens da IA declararam-se satisfeitos, contra 65% dos que receberam respostas enviados por funcionários, qualificados e treinados.
Um representante da Octopus disse que a empresa supervisiona as respostas que a IA fornece, eventualmente fazendo algum ajuste.
Como era de se esperar, Jackson disse ao Times que é improvável que a nova sistemática leve a demissões em sua empresa, mas que o ritmo de desenvolvimento da tecnologia de IA tem o potencial de causar “enormes e rápidos deslocamentos” no mercado de trabalho, o que em termos práticos, significa muitas demissões, ao menos em um primeiro momento.
Em março, um relatório do banco americano Goldman Sachs disse que ferramentas de IA generativas, como o ChatGPT, poderiam afetar cerca de 300 milhões de empregos em tempo integral em todo o mundo.
O relatório destacou os trabalhadores de colarinho branco, especialmente aqueles que trabalham em serviços jurídicos e administrativos, como os que mais provavelmente serão afetados pelas novas ferramentas de IA.
O relatório também disse que, em prazo maior, os sistemas de IA podem aumentar a produtividade global e criar novos empregos, o que pode ser verdadeiro, repetindo o que aconteceu com o advento de diversas novas tecnologias, da máquina a vapor ao computador.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.
