Em constante transformação, o setor varejista é um dos mais impactantes para a economia global. Responsável por um grande volume na geração de emprego e movimentação de renda, o segmento se espelha nas mudanças no mercado e, principalmente, no comportamento do consumidor.
Sendo assim, é fundamental que as empresas atuantes na área fiquem sempre muito atentas e alinhadas às novas demandas e tendências, sejam elas regionais ou internacionais. Anualmente, sempre no mês de janeiro, o NRF Retail’s Big Show, maior e mais importante evento varejista das Américas, reúne profissionais de diversos países que estão em busca de experiências e inspirações para aplicar em seus negócios.
São três dias de programação imersiva com palestras, exposições e laboratórios sobre as mais recentes soluções e inovações que ditam as tendências para o varejo durante o ano.
“Para além da dinâmica de apenas ofertar produtos nas gôndolas, as empresas precisam pensar em como sanar as necessidades reais de quem compra.”, afirma Talita Dallmann, gerente de marketing do Shopping São José, um dos mais relevantes do estado do Paraná.
A profissional esteve na NRF 2023, realizada entre os dias 14 e 17 de janeiro, na cidade de Nova York, e preparou uma lista com os principais tópicos abordados na feira.
- – Pessoas – Voltar ao básico é a premissa para o ano. Oferta e procura são a essência do varejo, mas é preciso lembrar que a procura surge da necessidade, e pessoas estão por trás dessas necessidades. Mais do que estruturar uma loja ou espaço de vendas, a evolução do setor caminha para a criação de um relacionamento estrito e personalizado com o público alvo.
“Quem é meu cliente? O que ele está pedindo? Como eu passo sanar suas necessidades? Que dados eu posso coletar para entender o que ele precisa? Esses são questionamentos que devem ser sempre revistos pelo varejista e que colaboram para nortear uma estratégia de atuação muito mais assertiva”, diz Talita.
Segundo a especialista, variados públicos diferem, também, em seus interesses e muitas são as variáveis que definem as demandas para cada perfil de consumidor. Portanto, não basta estar preso a práticas comerciais pré-estabelecidas.
Faz sentido o meu negócio investir em campanhas de Dia dos Namorados se o meu público é majoritariamente de pessoas com mais de 50 anos? É uma data importante para eles? Nem sempre o calendário vai funcionar, e isso não será um problema se a empresa entender quem é o seu público.
A diversidade também se destacou entre as temáticas da NRF 2023. É fundamental analisarmos todos os públicos para que cada pessoa seja representada não só em campanhas de vendas, mas também no time de colaboradores. Quanto mais diverso o grupo, mais rico ele será. Pessoas amam marcas que amam pessoas.
- – Colaboradores – A atenção aos colaboradores também figura entre as tendências mais importantes para o futuro. Para Talita Dallmann, quem faz uma marca são as pessoas que trabalham nela. A equipe é tão importante quanto o cliente. Ela representa a empresa. É fundamental que as empresas invistam em evolução profissional e bem-estar.
Compartilhar resultados e incluí-los nos processos do negócio também faz a diferença. O pensamento de que investir em profissionais não vale a pena, já que eles podem ir embora a qualquer momento, é ultrapassado. Funcionários que se sentem pertencentes e apoiados não deixam suas posições facilmente.
Pautada nas tendências da NFR, Talita também acredita que os colaboradores podem ser os principais influenciadores de uma marca. “Ideal é que eles estejam alinhados aos valores e gostem do produto que a marca oferece. Não adianta investir em uma loja linda e itens incríveis se os colaboradores não gostam ou não entendem o conceito. Marcas não são feitas de paredes e objetos, são feitas de pessoas”, opina.
- – Comunidade – Regionalismo e vizinhança também é um tópico para se estar atento. É um momento para olhar para quem de fato frequenta a minha loja e quais as reivindicações dessa região. O que eu estou oferecendo para esta comunidade além do meu produto? Um bom caminho é promover eventos, encontros e ações que interessem para o perfil de público, agregando serviços.
Mais que uma loja, as marcas precisam pensar em maneiras de fomentar a convivência com os clientes . “Criar uma atmosfera em que o público seja atraído a viver experiências, como se fosse um verdadeiro clube.”, diz Talita. O ato de comprar precisa ser divertido e prazeroso.
Espaços infantis incluem playgrounds e escorregadores em suas instalações para cativar as crianças, e por qual motivo não fazemos isso para os adultos? Os comerciantes podem e devem articular soluções que também criem essa sensação de playground para seus consumidores. – Fonte e outras informações: (www.shoppingsaojose.com.br).