Os militares americanos acabam de apresentar o B-21 Raider, o primeiro bombardeiro stealth lançado nos últimos 30 anos.
Vivaldo José Breternitz (*)
Aviões stealth são aqueles que dificilmente são detectados por radares e outros sistemas de defesa, em função dos materiais utilizados em sua construção e de seu formato.
A Northrop Grumman, que desenvolveu a aeronave, havia mostrado em 2015 a silhueta do avião; agora, o Pentágono apresentou oficialmente o B-21 em um evento na fábrica da Northrop Grumman em Palmdale, Califórnia, embora seus detalhes ainda permaneçam secretos.
A empresa chamou o Raider de “a primeira aeronave de sexta geração do mundo”, o que significa que é muito mais avançado tecnologicamente do que os jatos militares em serviço hoje.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, disse durante o evento que nenhum outro bombardeiro de longo alcance pode igualar a eficiência do B-21 e que mesmo os sistemas de defesa aérea mais sofisticados terão dificuldade em detectar um Raider em voo.
Outro ponto forte do B-21 é sua relativamente pequena necessidade de manutenção, podendo voar praticamente todos os dias, ao contrário dos atuais stealths, que precisam de centenas de horas de manutenção entre cada missão. Isso será possível graças à infraestrutura digital baseada em nuvem que é utilizada para manutenção e atualização dos sistemas de bordo, como piloto automático, sistemas de navegação e comunicação etc.
O Raider deve entrar em operação em 2026 ou 2027, para complementar e substituir os bombardeiros hoje utilizados pela Força Aérea Americana, o B-1 Lancer, B-2 Spirit e B-52 Stratofortress – este último entrou em serviço em 1956.
Estima-se que o custo unitário do Raider esteja em torno de US$ 700 milhões e que o custo para desenvolver, comprar e operar uma frota de 100 B-21 por um período de 30 anos seria de pelo menos US$ 203 bilhões.
A título de comparação, registre-se que o orçamento de defesa do Brasil, compreendendo despesas de pessoal, custeio e investimentos, está ao redor R$ 21 bilhões em 2022.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.