Até mesmo bilionários que procuram manter um perfil discreto vem tendo sua privacidade invadida, como é o caso de Bernard Arnault, CEO do grupo LVMH.
Vivaldo José Breternitz (*)
Arnault é o segundo homem mais rico do mundo, com um patrimônio líquido estimado em US$ 133 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index – perde apenas para Elon Musk, que tem cerca de US$ 219 bilhões. Ele é o CEO, cofundador e presidente do LVMH, um império que controla marcas de luxo como Louis Vuiton, Tiffany, TAG Heuer, Sephora, Dom Pérignon e outras.
A LVHM vendeu seu jato particular após pessoas passarem a rastrear a aeronave e publicar informações sobre seus voos nas mídias sociais, tendo o bilionário de 73 anos dito que agora aluga aviões, de forma a manter seus deslocamentos em sigilo.
Em 2022 começaram a surgir contas no Twitter divulgando as viagens de pessoas como Arnault, Elon Musk e da cantora Taylor Swift. No caso de Arnault, duas das principais contas que divulgaram informações sobre seus voos foram @i_fly-Bernard e @laviondebernard, que têm um quase cem mil seguidores e foram criadas nos últimos seis meses.
Taylor Swift foi acusada de agressão ao meio ambiente por seu jato voar muito; a cantora disse que isso acontece porque o avião frequentemente é alugado para terceiros, uma prática usual no meio aeronáutico, que objetiva diminuir custos.
Elon Musk, que no início desse ano ofereceu dinheiro – 5 mil dólares – a um jovem que rastreava seu avião e que não aceitou a oferta, abordou o assunto por outro ângulo, dizendo não gostar da ideia de gerar informações que permitam que seu avião seja abatido por um maluco.
Se a privacidade de figurões parece tão fácil de ser devassada, imaginemos a dos pobres mortais…
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas