A empresa mãe do Google, a Alphabet, anunciou que deixará de oferecer seu serviço Google Tradutor na China, alegando baixo nível de utilização.
Vivaldo José Breternitz (*)
É mais um passo no processo de encolhimento do Google na segunda maior economia do mundo; seu site na China agora redireciona os usuários para a versão do serviço baseada em Hong Kong, que não é acessável a partir do restante do país.
O Google tem tido uma relação complicada com o mercado chinês: a partir de 2010 retirou do ar, naquele país, seu mecanismo de busca em função da dura censura praticada pelo governo local, que também bloqueia outros serviços, como Google Maps, Google Play Store e Gmail.
Como resultado, concorrentes chineses, como o mecanismo de busca Baidu e a gigante de mídia social e jogos Tencent, passaram a dominar o cenário da internet daquele país, em áreas que vão da pesquisa à tradução.
O Google ainda tem alguma presença na China na área de produção de hardware – ali são fabricados seus smartphones Pixel, que, no entanto, já tiveram parte de sua produção transferida para o Vietnã.
As empresas americanas tem sido vítimas do aumento de tensão entre os Estados Unidos e a China; Washington continua preocupada com o potencial acesso da China a tecnologias sensíveis em áreas como inteligência artificial e semicondutores.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.
