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Verticalização do ERP: indispensável no mundo digital

em Destaques
quarta-feira, 13 de abril de 2022

Modesto Sarto (*)

Embora a maioria dos pequenos e médios negócios não tenha conseguido fazer grandes investimentos em tecnologia ao longo da pandemia, muitos empreendedores têm procurado inovar e melhorar a qualidade dos produtos e serviços oferecidos, sobretudo para acompanhar a transformação digital e os novos hábitos do consumidor.

Os números reforçam a tese de que estes empresários entendem bem a importância de se manterem atualizados: quatro em cada dez micro e pequenas empresas realizaram investimentos durante 2021, de acordo com a Sondagem Temática Trimestral, realizada pelo Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Entre os pequenos negócios, os que mais investiram na empresa foram os da Indústria, com 47% das empresas; seguidos pelos de Serviços (39%) e Comércio (35,2%). Segundo a IDC Brasil, somente em softwares de ERP foram investidos R$ 14 bilhões em 2020, um crescimento de 25% nos investimentos das empresas em relação a 2019.

Dentro deste contexto, verticalizar o ERP tem se mostrado fundamental para atender peculiaridades de diferentes setores, afinal, um sistema de gestão precisa ser capaz de conversar com todas as ferramentas envolvidas na operação. A verticalização é uma prática importante para atender diferentes necessidades, conforme as prioridades definidas por cada setor.

Preparar uma solução para atender diversos segmentos significa entender quais departamentos são mais atrasados em relação à entrega de resultados, com que frequência esses atrasos resultam em erros e retrabalho para outros departamentos, quais são as principais falhas de integração e comunicação entre as diferentes áreas do negócio e os principais gargalos da operação.

A partir dessas respostas, é possível definir quais são os problemas-chave da empresa e buscar desenvolver uma solução que atenda às demandas atuais. Toda pequena e média empresa procura formas de ordenar as atividades a fim de que se torne mais organizada, mais produtiva e obtenha melhores desempenhos. Ocorre que cada segmento funciona de um jeito e não há fórmula mágica para que o mesmo software de gestão possa atuar em uma indústria, um e-commerce ou uma academia, por exemplo.

Basta pensar que um e-commerce necessita alcançar um bom desempenho logístico que garanta um relacionamento satisfatório com consumidores e fornecedores — logo o ERP necessita conversar com sistemas de logística, rastreamento, cálculo de frete, entre outros. Diferentemente de uma indústria, nas quais outros sistemas controlam outros passos do negócio.

Da mesma forma, uma escola possui outras demandas, bem como um restaurante. Não existe uma solução tecnológica que possa atender por igual todos os segmentos existentes; é preciso compreender as peculiaridades e fazer adaptações no ERP para ele ser, de fato, uma solução.

Apesar das diferenças variarem de setor para setor, todos desejam soluções tecnológicas que gerem dados estratégicos em tempo real, incrementando a capacidade de planejamento, de tomada de decisão e de ação da empresa serão uma vantagem competitiva valiosa. Este é mais um motivo para buscar um sistema de gestão que seja capaz de extrair o melhor da informação, realizando um acompanhamento ágil e preciso de tudo o que acontece na empresa.

Para os pequenos e médios, recomendo que sejam criteriosos ao selecionar um sistema de gestão. É preciso pensar que, dele, depende a escalabilidade e o potencial de crescimento do negócio, uma vez que o mundo em que vivemos é online e contar com ferramentas que sustentem a transformação digital é simplesmente indispensável.

(*) – É CEO da ManyMinds (www.manyminds.com.br).