Jean Malaquias (*)
Nós não lidamos com o dinheiro da mesma forma com a qual nossos pais ou avós lidavam. Muito provavelmente, nossos filhos também terão comportamentos diferentes do que temos hoje. A gestão financeira, que antes predominava manualmente com as cédulas, vem sendo constantemente inovada com o advento dos avanços tecnológicos e, principalmente, investimentos em inteligência artificial, a qual proporcionou o surgimento de novas moedas digitais e sistemas de gestão online.
A necessidade de atualização do mercado, impulsionada pela pandemia, possibilitou um avanço inimaginável do setor financeiro que, não era esperado. A moeda física, perpetuada por anos em nossa sociedade, já deixou de ser a predominante dentre a grande maioria da população. Em substituição, as criptomoedas foram, sem dúvida, um dos maiores avanços e explosão de investimentos feitos no último ano.
Segundo uma pesquisa feita pela Hashdex, a maior gestora de criptomoedas do país, o crescimento registrado desde o começo de 2021 foi de 938% – um salto de quase 300 mil investidores a mais do em comparação ao ano anterior. Hoje, o papel moeda deixou de ser saudável para a economia de um país. Além de causar enorme desmatamento para sua circulação, sua impressão também é cara, gerando um custo maior do que representa e, consequentemente, um prejuízo para os bancos nacionais.
Em contrapartida, as criptomoedas vieram para estabilizar a economia, incapaz de gerar uma inflação da mesma forma em que o dinheiro físico. Mesmo com sua limitação quantitativa – escassez equivalente ao ouro no mercado – são uma tendência que veio para ficar. Fora elas, o machine learning é outra grande inovação, com fortes expectativas futuras.
O ensinamento profundo das máquinas, capaz de desenvolver a habilidade de desempenharem funções humanas e, até mesmo raciocinarem de forma parecida, poderá evoluir em níveis antes apenas imaginados em filmes. Em poucos anos, os cientistas não serão mais necessários para ensinar tais máquinas, aprendizado que será feito diretamente entre uma máquina e outra – conquista que proporcionará um aumento gradativo da performance e conhecimento.
Ainda, a evolução da transmissão de conhecimento que hoje já se provou possível, poderá contribuir para a diminuição da burocracia e tempo de entrega de serviços ou produtos. A probabilidade de acerto será muito maior e mais rápida, especialmente com os resultados já vistos no desenvolvimento de programas capazes de criar outros semelhantes.
Todos esses avanços, quando aplicados no setor econômico, possibilitarão uma gestão muito mais assertiva e eficiente de nossas finanças, servindo como importante auxiliadora no mapeamento de gastos antecipadamente e, como equilibrá-las evitando prejuízos e endividamentos – até mesmo, bloqueando gastos e visando uma melhor educação financeira.
A inteligência artificial veio para automatizar processos e mostrar o que não podemos ver a olho nu. Ao mapear nosso histórico e mapear o comportamento, criará uma relação muito mais saudável com o nosso dinheiro, indicando os melhores caminhos a serem seguidos e as melhores opções para investimentos.
(*) – É CTO da Poupay+, fintech de gestão financeira exclusiva para mulheres.