Cândida Semensato (*)
Recentemente surgiu um grande embate nas redes sociais sobre o que é ser “cringe”, (que corresponde a algo vergonhoso).
Por conta de alguns hábitos, como tomar café da manhã, usar determinadas roupas, falar repetidamente sobre ‘boletos’, entre outros, provocados pela Geração Z – composta por nascidos em 1995, até o início dos anos 2010 – e que está bem presente na internet, mas confronta os chamados Millenials, nascidos entre 1980 e 1994.
Embora de certa forma até engraçada, a discussão não é nenhuma novidade, já que os conflitos geracionais acontecem há bastante tempo, tanto na convivência de forma geral, como no âmbito profissional, em que é possível encontrarmos diferentes idades em um mesmo ambiente corporativo.
Segundo o IBGE, entre 2012 e 2016, por exemplo, houve um aumento de 16% de pessoas com 60 anos ou mais no mercado de trabalho. Portanto, Veteranos, Baby Boomers, Geração X, Y e Z estão convivendo cada vez mais no trabalho, na família, na escola, academia, entre outros ambientes, e isso não é, de maneira alguma, um problema. Trazer essa discussão para o processo de coaching pode até parecer complicado, se questionarmos quem são millenials, geração Z e assim por diante.
No entanto, quando conseguimos entender quem é quem, é possível chegar a um alinhamento e identificar em que momento cada pessoa e profissional se encontram – e é justamente esse o trabalho do coaching, que vai propor questionamentos estratégicos, e apoiar, assim, a busca por soluções. A juventude de hoje responde melhor ao estímulo, ou o desafio é a melhor alternativa? Suas aspirações são alcançar realização pessoal e profissional, ter equilíbrio, estabilidade na carreira ou satisfação pessoal, por exemplo?
Estamos habituados a padrões em relação às gerações. Alguns podem acreditar que pessoas mais jovens possuem mais energia e que pessoas com mais idade carregam consigo mais sabedoria, por exemplo. Mas esses padrões nem sempre correspondem à realidade. Portanto, é fundamental olhar para essas questões e refletir o que pode incomodar, impedir o crescimento e evolução, por conta de crenças que não agregam, ao contrário, só fazem retroceder.
Com o suporte especializado de coaches profissionais e que saibam apoiar corretamente os clientes, teremos um caminho para entender melhor o que cada geração espera, aprendeu e, principalmente, o que cada uma está disposta a aprender. É importante ter alguém sério e competente, que faça o cliente expandir a sua visão e eliminar um possível “ponto cego”, para tornar viável a jornada para o sucesso.
No sentido de autenticar o trabalho desenvolvido pelo coach, a contribuição da ICF – International Coaching Federation, é vital, uma vez que os profissionais credenciados seguem um rigoroso padrão de formação que exige a comprovação de horas de treinamento específico em coaching, de atuação como coach e de mentoria, além de provas teórica e prática como parte desse processo.
A ICF é uma instituição independente de escolas ou cursos de coaching, que possui um robusto Código de Ética e Competências Essenciais, e promove o desenvolvimento da maior rede global, contando com mais de 35mil coaches profissionais. E, como lição final canalizada pelo coaching, aprendemos que as diferenças entre gerações não devem ser vistas como empecilho, mas uma rica oportunidade de troca de conhecimentos, que possibilita o crescimento humano e a diversidade de pensamento, costumes e experiências.
(*) – É presidente eleita da ICF Capítulo Brasil, presidente da ICF São Paulo e ex- diretora de desenvolvimento da ICF São Paulo (www.icfbrasil.org).